Nesta quinta (22) e sexta-feira (23), cerca de 500 pessoas, incluindo especialistas nacionais e estrangeiros, estão discutindo no Auditório JK, na Cidade Administrativa, em Belo Horizonte, iniciativas e ações eficientes de combate à criminalidade. Elas participam do Seminário Internacional de Defesa Social, organizado pelo Governo de Minas em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Instituto Minas pela Paz.
Ao fazer a abertura do Seminário, o governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia, destacou a importância do evento para o aperfeiçoamento das iniciativas de combate ao crime e troca de experiências nacionais e internacionais. O tema central do Seminário Internacional é “Quais intervenções são mais efetivas para a redução do crime?”.
“Não temos que ter nenhum preconceito quanto às ideias, quanto a buscar novos conhecimentos, ouvir novas experiências. A segurança pública, hoje, é um dos temas mais importantes que temos no Brasil. É um tema ao qual a população está muito atenta. Lamentavelmente, ainda temos uma sociedade que não tem a cultura da paz. É uma sociedade de violência. É isso que devemos combater e, é claro, que o poder público tem um papel fundamental”, afirmou o governador, explicando que para se alcançar esse objetivo é importante a participação da sociedade civil.
O governador falou sobre os investimentos realizados pelo Estado em Defesa Social, lembrando, entretanto, que os recursos nunca são suficientes perante as demandas existentes. “Minas Gerais, entre os 27 estados da Federação, é o que mais investe em relação ao seu orçamento na segurança pública. Somos o quarto Estado com os melhores indicadores e, mesmo assim, não estamos satisfeitos. Temos vários projetos que são reconhecidos nacional e internacionalmente, mas sabemos que temos de continuar aprimorando sempre”, ponderou.
Desde 2003, o Governo de Minas investiu R$ 47,1 bilhões na segurança pública, incluindo pessoal. Já estão em caixa cerca de R$ 600 milhões oriundos de financiamento junto ao Banco do Brasil e ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Os recursos serão aplicados nos próximos dois anos em 120 obras e ações do Sistema de Defesa Social, como contratação de policiais, tecnologia, treinamento, viaturas e reformas de delegacias.
Iniciativa de prevenção
Anastasia falou também sobre a necessidade de investir, cada vez mais, em iniciativas de prevenção, a fim de conter a criminalidade e citou o programa Fica Vivo. Criado em 2003, o Fica Vivo tem o objetivo de intervir na realidade social antes que o crime aconteça, diminuindo os índices de homicídios e melhorando a qualidade de vida da população. O programa oferece diversas oficinas culturais, esportivas e de lazer para jovens em situação de risco social, atendendo, em média, 13 mil jovens por ano. Pesquisas indicam que, nas áreas de atuação do Fica Vivo, foi possível reduzir os homicídios entre jovens de 12 a 24 anos em até 50%.
“Essa política de prevenção que temos aqui em Minas Gerais não somente através do Fica Vivo, mas da integração e de todos os sistemas que temos em parceria com a sociedade civil, certamente, é uma chave importante para conseguirmos reverter um pouco esses indicadores que ainda são muito ruins, não só em Minas, mas no Brasil como um todo, em termos de violência”, destacou o governador.
Representante do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) no Brasil, Daniela Marquis, falou sobre a parceria com o Governo de Minas na abertura do seminário. O BID é o principal patrocinador do seminário internacional, ao lado do Instituto Minas pela Paz.
“O Estado de Minas Gerais já conta com uma sólida capacidade de gestão na área de segurança pública e possui programas e políticas que se tornaram referência, tanto para outros estados do Brasil quanto para outros países. Mas ainda existem muitos desafios que requerem intervenções inovadoras, com uma abordagem integral no combate à criminalidade e violência”, destacou.
Também participaram da solenidade de abertura, o secretário de Estado de Defesa Social, Rômulo Ferraz, os comandantes das forças de segurança do Estado, além de representantes da Defensoria Pública de Minas Gerais, do Exército Brasileiro, do Ministério Público Estadual e da Polícia Federal.
O evento
A estimativa é de que 500 pessoas participem do evento, entre representantes das secretarias de Estado de Defesa Social (Seds) e deFazenda (SEF), da Fundação João Pinheiro (FJP), e do Escritório de Prioridades Estratégicas, além de integrantes das polícias Civil eMilitar, do Corpo de Bombeiros Militar, do Exército Brasileiro, da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal, da Defensoria Pública, do Ministério Público, do Tribunal de Justiça e da Receita Federal.
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