Alunos da Escola de Governo preparam estudantes de baixa renda para o Enem

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Projeto social reúne nesta primeira edição trabalhadores mirins (assproms) e funcionários terceirizados da Fundação João Pinheiro.

Com o objetivo de oferecer aulas preparatórias para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) a um custo simbólico para estudantes de baixa renda, alunos do curso de administração pública (CSAP), daEscola de Governo (EG) da Fundação João Pinheiro (FJP), deram início em março ao projeto social “Cursinho Popular”.  Denominado Educar, o curso foi idealizado pelo Núcleo Social da João Pinheiro Jr, empresa de consultoria formada pelos estudantes, e pelo Diretório Acadêmico da escola.

Com o acompanhamento do professor Agnez Saraiva, da EG, o Educar funciona no turno da noite, no campus Brasil da Fundação, e conta com dez voluntários do CSAP ministrando aulas de álgebra, geometria, português, literatura/redação, história, geografia, química, física, biologia e inglês ou espanhol.
Além de orientar a gestão do projeto, Saraiva intermediou os contatos dos estudantes com a FJP para viabilizar a utilização das instalações da escola e incluir, como forma de estímulo aos alunos, créditos de atividade extra-curricular para aqueles que participarem da iniciativa. Ele afirma que esse tipo de ação é fundamental para a formação dos futuros administradores públicos. “Os alunos estão devolvendo à sociedade um pouco daquilo que têm recebido dela por estarem numa escola pública e gratuita. Além disso, a ação provoca mais comprometimento com setores sociais que se encontram no limite da inclusão”, ressalta.
Para reunir o grupo de estudantes voluntários para o projeto, os membros do Núcleo Social da Consultoria Jr. fizeram um trabalho de divulgação boca a boca na Escola de Governo. “Passamos nas salas divulgando o projeto. Vários colegas do CSAP se dispuseram a ajudar. Escolhemos aqueles que se mostraram mais disponíveis e interessados”, conta uma das coordenadoras da iniciativa, Priscila Biciati.
Inclusão Social
Nesta primeira edição do Cursinho Popular, as 30 vagas oferecidas foram preenchidas por trabalhadores mirins (assproms) e funcionários terceirizados da Fundação João Pinheiro. Para incentivar o compromisso dos alunos com as aulas e seu envolvimento com o curso, o projeto cobra uma mensalidade simbólica de R$ 20. Há, contudo, a possibilidade de isenção para aqueles sem condições de arcar com esse valor.
De acordo com o coordenador do Núcleo Social da João Pinheiro Jr, Alexandre Freitas, a intenção dos alunos do curso de administração pública de promover ações de inclusão social já existia, e a ideia do cursinho surgiu durante uma assembleia geral dos estudantes. “Discutíamos inclusão social na FJP, no ensino superior e o nosso papel como agentes de transformação. O cursinho foi a forma que encontramos para transformar nossa realidade de desigualdade e exclusão”, explica.
Para ele, a essência do projeto está na interação entre universidade e sociedade. A iniciativa contribui para que os futuros gestores públicos tenham uma formação mais sólida e comprometida com a solução de problemas sociais. “Com o Educar conseguiremos gerar oportunidade para quem não tem, contribuindo para que essas pessoas entrem na universidade”, observa.
Funcionária da FJP, Marilda Guimarães Gomes, 40 anos, soube do curso por meio da divulgação dos próprios alunos. A servidora se diz satisfeita com a didática adotada pelos professores nas aulas e elogia o entusiasmo de todos os envolvidos na organização.  “Atitudes como essa mudam a realidade do país. Assim como eu, outras pessoas que se matricularam não teriam condição de voltar a estudar. Eles estão colocando em prática a responsabilidade social”, avalia.
A expectativa dos integrantes do Núcleo Social da João Pinheiro Jr. e do Diretório Acadêmico da Escola de Governo é conseguir aprovar o maior número possível de alunos no próximo Enem e abrir mais vagas no próximo ano, incluindo uma turma específica para o vestibular da FJP. “A principal recompensa para nós, alunos da Fundação, é dar oportunidade e incentivar a esperança de um futuro melhor para essas pessoas”, conclui Priscila.
Fonte: Agência Minas

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