A greve nacional dos servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) chegou à quarta semana de paralisação e funcionários de agências de 14 cidades do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba também aderiram ao movimento. Segundo o sindicato da categoria, o atendimento vem sendo feito de forma parcial, exceto em Monte Carmelo e João Pinheiro, onde os trabalhadores paralisaram todas as atividades.
As gerências executivas de Uberlândia e Uberaba, que são responsáveis por outros sete municípios: Prata, Iturama, Ituiutaba, Monte Carmelo, Tupaciguara, Araguari e Campina Verde, confirmam os atendimentos de forma parcial. Na região de Uberlândia, no entanto, a direção do órgão afirma que apenas quatro cidades estão com as atividades prejudicadas.
Segundo a Gerência Executiva do INSS, em Uberlândia, dos três tipos de atendimento realizados na agência, apenas os sem agendamentos não estão funcionando normalmente. “O setor mais prejudicado, por conta da greve, é o de atendimento espontâneo. É o cidadão que vai buscar informação. Treze dos 46 funcionários paralisaram, mas estamos priorizando os atendimentos agendados e as perícias médicas, que estão funcionando normalmente”, disse o gerente executivo substituto, José Rubens Caetano de Souza.
De acordo com o gerente substituto, três agências estão com atendimentos prejudicados. “Até hoje, Araguari, Ituiutaba e Iturama paralisaram parcialmente, da mesma forma de Uberlândia. As demais estão funcionando normalmente”, afirmou.
A Subsede Regional do Sindicato dos Trabalhadores em Seguridade Social, Saúde, Previdência, Trabalho e Assistência Social em Minas Gerais (Sintsprev/MG), que também contempla agências de municípios ligados à gerência executiva de Uberaba, informou que a quantidade de servidores paralisados, na maioria das agências do Triângulo Mineiro e Alto Parnaíba, supera 50% dos funcionários de cada local.
O sindicato informou que agências de Uberlândia, Uberaba, Frutal, Patos de Minas, Araxá, Carmo do Paranaíba, Prata, Paracatu,Conceição das Alagoas, São Gotardo, Ibiá, Patrocínio, Ituiutaba, Araguari e Tupaciguara contam com servidores paralisados. Funcionários de Iturama e Campina Verde estão se mobilizando e em João Pinheiro e Monte Carmelo as atividades estão completamente paralisadas.
De acordo com a subsede do Sintsprev, apenas as perícias médicas não foram afetadas pela greve. “Os atendimentos agendados estão sendo remarcados, mas, como os médicos não fazem parte do movimento, as perícias estão sendo feitas normalmente”, explicou a diretora estadual do sindicato, Sandra Rafacho.
Negociações
A diretora estadual do Sintsprev-MG, Sandra Rafacho, diz que nesta quinta-feira (6), em Uberaba, haverá ato público dos servidores na agência da cidade. “Estamos deixando de atender 500 a 700 atendimentos por dia. A greve é por tempo indeterminado. O percentual da regional em greve é 80% de paralização” afirma a diretora estadual do Sintsprev/MG, Sandra Rafacho.
Os servidores aguardam o posicionamento do Governo em relação às reinvindicações. “Já tivemos avanços, mas nada foi colocado no papel. A gente entende que, quando atendem nossas reivindicações, eles colocam por escrito”, completou a diretora.
Os grevistas são contra a terceirização dos serviços e pedem reajuste salarial de acordo com a inflação, incorporação de gratificações, abertura de concurso público com, pelo menos, 15 mil vagas, criação de plano de carreira, fim do assédio moral e paridade salarial para servidores ativos e aposentados.
A Previdência Social informou que as negociações com as entidades representativas dos servidores estão sendo feitas pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG).
Segundo assessoria de comunicação do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, foi realizada na última semana uma reunião com representantes sindicais ligados à carreira do Seguro Social, na tentativa de chegar a um acordo para o fim da greve. Conforme a nota, houve avanços em quase todos os pontos específicos da carreira colocados na mesa de negociação.
Ainda segundo a nota, representantes sindicais avaliaram debater e firmar acordo plurianual com a duração de quatro anos. No entanto, a bancada sindical contrapropôs um índice de reajuste que equivale a 16,9% além do índice de 5,5% oferecido pelo governo para 2016, num total de 22,4% a partir de janeiro, proposta considerada inviável pelo Ministério diante a conjuntura econômica que o país atravessa.
As duas partes ficaram de se reunir novamente nos próximos dias, para prosseguir a negociação.
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