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Nove em cada dez brasileiros dizem ter medo de envelhecer

Adelino Júnior

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No Brasil, 92% das pessoas têm medo de chegar à terceira idade. Os fatores que contribuem para esse temor são os mais diversos. É o que aponta um estudo sobre o envelhecimento encomendando pelo Instituto Qualibest. Ao todo, foram entrevistadas 703 pessoas, a partir de 18 anos de idade, em todo o país.
Os participantes afirmaram que problemas com a saúde são o principal motivo, com 70% dos votos. Em seguida, estão as limitações físicas, com 64%. No terceiro lugar, com 55%, estão os problemas de memória.
Outros dois pontos citados ainda pelos entrevistados são o medo da solidão e a condição financeira – ambos com 45% dos votos.
De acordo com a psiquiatra Rita Ferreira, membro do programa de terceira idade do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (USP), o receio que o ser humano tem de envelhecer está associado, principalmente, às experiências que cada pessoa tem com essa etapa da vida.
“Sabemos de relatos de vários jovens que convivem com idosos doentes na família ou dentro de casa, que perdem a autonomia e passam a depender de outros para fazer determinadas coisas, incluindo tarefas simples”, explica.
A psiquiatra ressalta que os fatores temidos pelos mais jovens antes de chegar a essa fase da vida costumam ser um tabu. “É comum que as pessoas liguem essas características à maioria esmagadora dos idosos, o que não é verdade. Há uma quantidade deles que goza de muita saúde e qualidade de vida”, afirma.
Segundo Rita, o medo da velhice pode atingir seu ápice a partir dos 30 anos. “Possivelmente, é o momento em que percebemos nosso amadurecimento. Quando somos mais novos, somos mais autoconfiantes. Com o tempo, as responsabilidades vão aumentando e o nosso corpo vai mudando de maneira considerável”, salienta a médica.
Outra perspectiva. A convivência entre pessoas de diferentes gerações é valorizada em todas as faixas etárias. Entre os mais jovens, de 18 a 29 anos, 67% afirmam que os mais velhos representam uma fonte de aprendizado.
Já para os maiores de 50 anos, o contato com as novas gerações extrapola o núcleo familiar, de modo que 63% deles costumam participar de rodas de conversa com amigos mais jovens. “As redes sociais têm facilitado e promovido um maior contato entre essas gerações”, aponta Rita.
Celebridades. Apesar do medo de envelhecer ser comum entre as pessoas, chegar bem à terceira idade não parece ser impossível para elas.
A pesquisa apontou ainda algumas celebridades que, para o brasileiro, são sinônimo de um bom envelhecimento.
Para se ter uma ideia, representando o público masculino, o apresentador Silvio Santos lidera o ranking, com 78% dos votos. Ele é seguido pelo jornalista Willian Bonner, com 74%.
Quanto às mulheres, duas dividem o primeiro lugar: as atrizes Fernanda Montenegro e Glória Pires, cada uma somando 76% dos votos.
Longevidade. A expectativa de vida do brasileiro é de 75,8 anos atualmente. A projeção foi divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no início deste mês.
Terceira idade é tabu entre os mais jovens
Experimentar o ciclo completo da vida faz parte dos planos da secretária Carlota Pereira, 29. O único problema é o processo incluir a terceira idade nos planos. “Se eu pudesse, viveria essa fase com as características físicas e mentais que tenho, mas é impossível, infelizmente”, lamenta.
Para ela, os principais motivos incluem alguns apresentados na pesquisa: problemas de saúde, condição financeira e perda de independência. “São as experiências que tive ao meu redor que me deixaram assim. Parentes mais velhos que não tiveram ou não têm um envelhecimento de qualidade e sofrem por isso”, diz.
Além das responsabilidades inerentes à maternidade – Carlota tem um filho de 4 anos –, a secretária afirma pensar todos os dias em alternativas para envelhecer bem. “A gente tem tanta preocupação no hoje e ainda precisamos encontrar tempo para pensar o que vai acontecer no futuro”, finaliza Carlota.
Fonte: O TEMPO

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