A Prefeitura de Itumbiara, localizada no Sul de Goiás e principal divisa do estado com Minas Gerais, decidiu fechar com tubos de concreto a ponte Afonso Pena, que serve de via de acesso e que interliga os dois estados. A decisão foi comunicada à prefeitura da cidade vizinha, Araporã (MG), e faz parte de uma série de medidas de bloqueio que a administração de Itumbiara realiza diante do quadro de pandemia do novo coronavírus.
O objetivo, segundo o prefeito José Antônio da Silva Netto, o Zé Antônio, é reduzir significativamente a circulação de pessoas. A ponte, segundo ele, tem tráfego intenso de moradores dos dois municípios e demais cidades vizinhas. “Vamos tomar as medidas mais enérgicas possíveis para fazer o achatamento da curva do coronavírus. A intenção é, de fato, fechar a cidade, com exceção de serviços de saúde, serviços básicos e abastecimento”, diz.
A cidade, que fica às margens do Rio Paranaíba, tem uma segunda ponte, a Ponte Ciro de Almeida, que é continuação da rodovia BR-153. Esta, segundo o prefeito, não será fechada, por se tratar de via federal e com interesses que não se restringem aos municípios da região. Para controlar possíveis acessos a partir desta ponte, no entanto, ele anunciou a implantação de pontos de controle e bloqueio em locais estratégicos do perímetro urbano da cidade para autorizar a entrada e saída somente dos casos que se encaixam nas exceções anunciadas.
Ao todo, são oito pontos monitorados pelos órgãos de fiscalização do município (Vigilância Sanitária, órgão local de trânsito e Procon) e com presença das forças policiais. “A recomendação e determinação é que as pessoas não saiam de casa, a não ser que sejam profissionais diretamente ligadas às atividades de saúde ou descritas no nosso decreto, entre os estabelecimentos de exceção (saúde, abastecimento e postos de combustíveis)”, explica o prefeito.
Outra medida tomada pela prefeitura de Itumbiara foi o fechamento do terminal rodoviário da cidade. Um decreto foi publicado na sexta-feira (20), determinando o fechamento e encerramento imediato das atividades no local.
Tais medidas devem durar, inicialmente, por um período de 15 dias, conforme prevê o texto das respectivas portarias, mas com possibilidade de prorrogação. O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), assinou decreto semelhante na sexta-feira (20), proibindo a circulação de passageiros de ônibus e avião em Goiás.
No anúncio das medidas de bloqueio feito pelas redes sociais, o prefeito de Itumbiara destacou a quantidade de casos da Covid-19 confirmados em Minas Gerais e em Goiás.
Minas e Goiás
O número de casos confirmados de coronavírus subiu de 83 para 128 em Minas Gerais. Essa é a informação divulgada na tarde desta segunda-feira pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG).
O número de casos em investigação passou de 7.190 para 7.766 em 24 horas. Ao todo, entre casos confirmados e suspeitos, Minas Gerais tem 8.149 registros ligados à COVID-19.
O total de casos confirmados de coronavírus em Goiás subiu para 23 nesta segunda-feira (23), segundo balanço do Ministério da Saúde. A Secretaria Estadual de Saúde (SES) ainda não divulgou a estatística porque aguarda resultados de exames em andamento.
Seis cidades de Goiás têm pessoas com Covid-19: Goiânia (12), Rio Verde (5), Anápolis (2), Aparecida de Goiânia (2), Jataí (1) e Catalão (1).
Os casos suspeitos em investigação, até domingo, eram de 765. Outros 170 já foram descartados. Goiás não registra mortes pela doença.
MP recomenda liberar acessos
O Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) elaboraram recomendação conjunta para que os prefeitos suspendam o fechamento dos acessos em suas cidades.
O documento é assinado por procuradores da República e por promotores do Ministério Público do estado em Pouso Alegre e abrange 65 municípios. Para os procuradores e promotores, não é de competência dos municípios estabelecer restrição genérica de acesso ao seu território.
Ainda de acordo com a recomendação, as prefeituras podem implantar as barreiras sanitárias com amparo nas regras de enfrentamento à pandemia do coronavírus (COVID-19).
Os procuradores federais e promotores de Justiça ainda reforçam as demais medidas já orientadas pelo Ministério da Saúde para cumprimento de quarentena e encaminhamento de casos suspeitos a postos de saúde e hospitais para exames.
Com informações do UOL e EM