O ex-secretário de Obras do município de Patrocínio, Jorge Marra, se entregou à polícia e foi preso neste domingo. Ele era alvo de mandado de prisão desde sexta-feira pelo assassinato do candidato a vereador Cássio Remis, interrompido durante uma live em que fazia críticas à prefeitura.
Marra é irmão do prefeito de Patrocínio, na região do Alto Paranaíba e se entregou na Delegacia Regional da cidade no domingo, 27. Ele prestou depoimento ao delegado regional Valter André, ao delegado Renato Mendonça, de Furtos e Roubos, e à delegada Ana Beatriz de Oliveira Brugnara, de Homicídios. Marra disse que se sentiu ameaçado por Remis e que agiu em legítima defesa.
Segundo os delegados, eles negociaram com os advogados de defesa para que Marra se apresentasse voluntariamente à Polícia Civil. O depoimento de Jorge Marra durou cerca de três horas. O local em que ele ficará preso não foi divulgado. Segundo os delegados, pelo fato de o autor dos tiros correr ‘risco de morte’.
O depoimento
Segundo a Polícia Civil, Jorge Marra afirmou ter agido em legítima defesa. Ele disse que estava passando pelo local do crime e que e se sentiu ofendido com o fato e Cássio Remis ter apontado o celular para ele e começado a filmá-lo.
Perguntado sobre a contradição entre as alegações de ‘estar seguro’ na Secretaria de Obras e se sentir ‘amedrontado’, Marra não respondeu.
Ele também ficou em silêncio quando perguntado se estaria arrependido do crime e sobre sua fuga para a cidade de Perdizes.
Os crimes
Segundo a delegada Ana Beatriz, a Polícia Civil trabalha com a tese de indicar Jorge Marra por homicídio qualificado (por motivo fútil e por usar recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa da vítima).
Ele também pode responder pelo roubo do celular de Cássio Remis e por porte ilegal de arma. Todas as pessoas que estavam no local foram ouvidas como testemunhas e, a princípio, não serão indiciadas por eventual participação no homicídio.
A polícia também irá investigar se as pessoas que ajudaram na fuga de Marra tiveram participação efetiva na sua evasão.
Os delegados devem colher mais alguns depoimentos e aguardar a realização de pericia antes de relatar os autos e enviá-los à Justiça. Pelo fato de Marra estar preso, o prazo legal para conclusão do inquérito é de dez dias.