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Como ‘seu Manoel’, Paulo Cupertino viveu 8 meses em cidade do MS e fugiu em avião

Adelino Júnior

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O empresário Paulo Cupertino Matias, acusado de matar com 13 tiros o ator Rafael Miguel, de 22 anos, além dos pais dele, de 50 e 52 anos, esteve em Mato Grosso do Sul, e trabalhou em uma chácara da cidade de Eldorado, na região sul do estado. Ele permaneceu lá por cerca de 8 meses até ser denunciado e fugir há uma semana, segundo a polícia.

Conforme o delegado Pablo Reis, responsável pelas investigações, o assassino foi visto pela última vez no dia 28 de outubro. Usando barba grande e máscara, o que ajudava no disfarce, Cupertino frequentava assiduamente uma barbearia, lotérica onde fazia apostas e até o posto de saúde da cidade, após conseguir emitir uma carteira no Sistema Único de Saúde (SUS). “Nós vamos ouvir o pessoal da lotérica, da barbearia e eu também já solicitei imagens de câmeras destes locais. Hoje estamos fazendo buscas do caso e ainda vamos intimar estas pessoas. É uma investigação oriunda de São Paulo, Paraná e nós entramos com esse apoio, com a intenção de coletar mais informações da estadia dele aqui nesse período de 8 meses”, afirmou o delegado Pablo Reis, responsável pelas investigações.

Ainda de acordo com o delegado, a investigação acredita que Cupertino fugiu da cidade em uma aeronave, que estava pousada na fazenda do patrão dele, que também é piloto e foi identificado como Alfonso Helfenstein. Ambos são considerados foragido da Justiça. “A polícia acredita que Paulo Cupertino e o Alfonso se conheceram em Ponta Porã. Lá, já sabendo dos fatos, Alfonso ajudou Cupertino e ofereceu uma vaga de caseiro na fazenda dele. Ali ele viveu como seu Manoel até o dia da fuga. Ainda estamos apurando como ocorreu, mas, a polícia acredita que ele e o patrão fugiram em uma aeronave, principalmente porque temos o registro de chegada da fazenda, mas, não o da saída e tudo foi justamente no horário que não tinha nenhum funcionário”, explicou Reis.

Sobre o atual perfil de Cupertino, o que a polícia soube é que ele estava de barba e “envelheceu muito” desde o triplo assassinato, há um ano e quatro meses. Sempre muito discreto, Paulo começou a sair no início da pandemia, quando se aproveitou do uso da máscara para esconder parte do rosto, porém, conversava muito pouco.

Antes da estadia em Eldorado, a investigação aponta que ele conseguiu a emissão de uma falsa Certidão de Pessoa Física (CPF), ao apresentar outros documentos falsos na Receita Federal de Ponta Porã. Antes, a investigação aponta que ele esteve no Paraná e tirou uma identidade falsa, o que teria garantido a movimentação dele em contas bancárias. Desde então, Paulo Cupertino estaria usando o nome falso de Manoel Machado de Silva, de 49 anos, declarando que residia em Rio Brilhante, município distante a 161 km de Campo Grande.

Entenda o caso

 

Paulo Cupertino é acusado de triplo homicídio duplamente qualificado por motivo fútil e impossibilidade de defesa por parte das vítimas. O crime ocorreu em junho de 2019, em São Paulo. O crime aconteceu na frente da casa onde a namorada do ator, Isabela Tibcherani, morava com a mãe, na zona sul da capital paulista. O pai dela residia em outro imóvel, mas não aceitava o relacionamento da filha com o namorado. Ela tinha 18 anos à época. Após o crime, ele fugiu com a ajuda de amigos e foi procurado em mais de 100 endereços em 10 estados diferentes, além do Paraguai e a Argentina.

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