A Polícia Civil de Minas Gerais desencadeou, na manhã desta quarta-feira (18), em Uberlândia, a Operação “Apodómisi”, de combate a golpes no segmento de materiais de construção civil. A ação resultou no cumprimento de quatro mandados de prisão em desfavor de A.R.O.J, de 45 anos, F.L.B, 46, A.J.S, 52, e T.B.C.S, 25, todos suspeitos de integrarem organização criminosa voltadas à práticas de crimes de estelionato e lavagem de dinheiro.
Foram cumpridos, ainda, seis mandados de busca e apreensão, sendo quatro na residência dos suspeitos, um na residência de L.R.S.F., suspeito de ser o “Laranja” da organização e um em uma empresa na Avenida Raulino Cotta Pacheco, no bairro Martins, no setor central de Uberlândia.
O esquema chefiado por A.R.O.J, sócio e proprietário da empresa, aplicava golpes em empresas de todos o país, sendo possível constatar ao longo da investigação ao menos seis empresas vítimas, nas cidades de Belo Horizonte e Contagem, em Minas Gerais; Barretos, em São Paulo; Taquara, no Rio de Janeiro; Porto Alegre, no Rio Grande do Sul e Araponga, no Paraná.
De acordo com a Polícia Civil, o esquema criminoso funcionava da seguinte forma: a gerente de compras T.B.C.S ligava para as empresas vítimas, valendo-se de nome falso, realizando orçamentos dos materiais, geralmente do ramo de construção, tais como placa de gesso, Drywall, forro PVC, e eventualmente de outros ramos, tais como materiais de segurança eletrônica e folhas papel. Ainda, no momento em que realizava os orçamentos, a suspeita frisava sobre a possibilidade dos pagamentos ocorrerem via link online no cartão de crédito, formas, muitas vezes, disponibilizadas pelas empresas vítimas.
Geralmente, após duas semanas, as operadoras de cartão enviavam uma mensagem, via e-mail, para as empresas vítimas dizendo que o pagamento foi contestado. Nesse prazo de duas semanas, sucessivas compras eram supostamente realizadas pelos golpistas, que nunca tiveram a intenção de efetuar o pagamento do produto adquirido, segundo a investigação apontou. Em levantamentos investigativos, segundo a PC, estima-se um prejuízo de mais de R$ 2 milhões por ano em empresas vítimas de todo Brasil dessa organização criminosa.
Ainda conforme a investigação da PC apontou, em seguida, F.L.B entrava em ação, também valendo-se de dados falsos, sendo responsável por toda logística de transporte da mercadoria comprada e não paga, de modo que contratava o serviço de um caminhoneiro qualquer na cidade de origem do material, que transportava todo material até Uberlândia, cidade de destino. Com a mercadoria já em Uberlândia, F.L.B fazia contato com seu motorista de confiança, A.J.S, o qual buscava a carga, realizando a baldeação da mercadoria, segundo apontou a PC.
Inclusive, de acordo com a Polícia Civil, a maioria dos dados falsos utilizados por esta organização criminosa são de caminhoneiros de todo o país. Após, a realização da baldeação, também de acordo com as investigações, tudo leva crer que a mercadoria de origem fraudulenta era, por fim, vendida na empresa do bairro Martins que foi alvo da Operação “Apodómisi”, deflagrada na manhã desta quarta-feira.