Unidades prisionais de Uberlândia receberam pelo menos 120 presos da Operação Balada

As unidades prisionais de Uberlândia receberam ao menos 120 pessoas que foram presas durante a terça-feira (5) dentro da Operação “Balada”, que visou desarticular uma organização criminosa especializada no tráfico de drogas, armas de grosso calibre e lavagem de dinheiro. A ação também ocorreu em outras cidades de Minas Gerais, além dos estados de Goiás, Rio de Janeiro, Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Alagoas, Tocantins e Espírito Santo.

Balanço de ação no Triângulo

 

Segundo balanço parcial da PF até as 12h de terça-feira, foram efetivadas 95 prisões e 115 carros apreendidos. Também foram lavrados 5 flagrantes relacionados à arma e drogas e recolhidos R$ 850 mil de dinheiro em espécie.

Em Uberlândia, 96 presos foram levados até o Presídio de Uberlândia I (Professor Jacy de Assis), sendo 94 detentos do sexo masculino e as duas advogadas. Já as outras 24 mulheres foram encaminhadas à Penitenciária de Uberlândia I (Professor João Pimenta da Veiga). Entre as prisões em Uberlândia estão dois advogados e duas advogadas.

Além da cidade, também houve duas prisões em Uberaba, sendo de um casal, e outras duas no município de Prata. Mandados de prisão ainda foram cumpridos em Ituiutaba.

Ainda segundo a Polícia Federal (PF), empresários e profissionais liberais das áreas hoteleiras, comércio de veículos, construção civil e de postos de combustíveis foram alvo da ação. Esses empresários eram os responsáveis por “financiar” o tráfico de drogas.

Os nomes dos envolvidos não foram divulgados.

Outros mandados

 

Os mandados e medidas foram expedidos pela 4ª Vara Criminal da Comarca de Uberlândia nos estados de Minas Gerais, Goiás, Rio de Janeiro, Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Alagoas, Tocantins e Espírito Santo.

Em Alagoas, foi preso o principal responsável pelo tráfico de drogas no Triângulo Mineiro, de acordo com a PF. Ele estava em um hotel de luxo da capital alagoana, onde passaria a semana. Ele era conhecido por realizar viagens caras e por ter gosto refinado.

No Espírito Santo, foi preso um suspeito de ser fornecedor de drogas. No Mato Grosso, foram seis mandados de prisão.

A operação

 

Conforme a PF, a ação contou com cerca de 850 Policiais federais cumprindo 247 mandados de prisão e 249 mandados de busca e apreensão, além de centenas de outras medidas cautelares, como sequestro de bens e bloqueio de contas correntes.

A Polícia Penal, através da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública do Estado de Minas Gerais (Sejusp-MG), também colaborou com a ação com 35 policiais para custódia e transporte dos presos na operação.

Esquema

 

A organização investigada operava esquema estruturado de tráfico de drogas e preparava o material para ser vendido utilizando insumos químicos adquiridos por meio de empresas regularmente cadastradas. Em sete meses foram comprados insumos capazes de manipular mais de 11 toneladas de cocaína.

Segundo a PF, a região do Triângulo Mineiro era onde o grupo criminoso armazenava a droga, que era encaminhada dos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará e Rondônia. Após o armazenamento na região, o material era distribuído por todo o Brasil, principalmente no Rio de Janeiro, Espírito Santo, Goiás e outras regiões de Minas Gerais.

Além de tráfico de drogas, o grupo também atuava no tráfico ilegal de armas de fogo. Durante o trabalho de investigação já ocorreu apreensão de carregamento com 8 fuzis e 14 pistolas em Uberlândia, em março de 2020. As armas eram comercializadas e, em seguida, destinada a grupos especializados no tráfico de drogas e roubos a banco no Triângulo Mineiro, além de uma facção criminosa no Rio de Janeiro (RF).

Lavagem de dinheiro

Para poder dissimular a origem criminosa do patrimônio acumulado, a organização criminosa utilizava um esquema de lavagem de dinheiro classificado pela própria PF como “sofisticado”, pois utilizava empresas de fachada e a compra de postos de combustíveis, hotéis fazenda, imóveis, veículos e embarcação de luxo.

A estimativa é de que mais de R$ 2 bilhões foram movimentados pelos investigados nos últimos dois anos. As contas bancárias, os bens identificados e cerca de 100 imóveis foram bloqueados por determinação judicial.

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