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Acordo vai potencializar pesquisas sobre 5G na UFU

Adelino Júnior

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Um acordo firmado em dezembro do ano passado entre a Universidade Federal de Uberlândia (UFU), o Brain (centro de inovação e negócios digitais da Algar Telecom) e o Instituto de Telecomunicações, de Portugal, vai ampliar as pesquisas relacionadas a serviços digitais desenvolvidas em colaboração por essas instituições.

A parceria terá uma abordagem genérica, porém, um workshop que está sendo organizado pelas partes envolvidas discutirá temas específicos que guiarão os trabalhos.

A intenção do evento, explica Flávio Oliveira, docente da Faculdade de Computação (Facom/UFU) e coordenador de diversas pesquisas envolvendo redes, é conhecer problemas e demandas trazidas pelo Brain (ligadas à indústria, por exemplo). Por outro lado, o workshop vai ser uma oportunidade para a UFU e o Instituto de Telecomunicações mostrarem o que tem sido feito na academia e que pode, eventualmente, interessar ao Brain nesse momento.

Com a implantação da rede de telefonia móvel de quinta geração, a 5G, novas oportunidades de negócios se abrem para os operadores de telefonia móvel e vão além da oferta de conectividade à internet. Esses operadores poderão oferecer redes com características específicas.

“Existe uma tendência dos operadores se transformarem em provedores de serviços. E isso, para eles, acaba sendo um movimento interessante, e para o consumidor também. Isso muda a maneira como essa área é organizada”, frisou o docente.

E esta área, acrescenta, não é a área de telecomunicações em si, mas uma área mais ampla. “É uma área de serviços digitais que pode envolver as mais diferentes ‘indústrias’”, comentou o docente, citando a agricultura e a saúde como exemplos.

Diante desse novo cenário, as redes que interligam os computadores e aparelhos de celular (smartphones) passam a ser, cada vez mais, orientadas e dirigidas para o software (programas de computação criados para a execução de tarefas) e compostas de funções de software.

“E aí, essas redes que são customizáveis, orientadas a softwares, podem olhar para diferentes ares, para diferentes mercados, para diferentes serviços. Tem um mundo novo de possibilidades”, analisou Flávio Oliveira.

PARCERIA

Nesse contexto, as pesquisas desenvolvidas nas universidades são fundamentais. E a UFU é privilegiada em relação a essa evolução das redes. Principalmente por manter pesquisas sobre o assunto desde 2010 e parcerias na área de computação por longa data, como é o caso das estabelecidas com o grupo Algar (que tem sede em Uberlândia e que atua nos setores de Tecnologia da Informação e Comunicação, entretenimento e agronegócios) e com a União Europeia. 

“Nós temos infraestrutura dentro da Faculdade de Computação que é única no Brasil porque é fruto desses diversos projetos que a gente já participou. São diversos projetos de colaboração internacional desde 2012. Toda essa expertise está lá dentro, tanto do ponto de vista de hardware, quanto de software, de componentes”, destacou Oliveira.

Além dos laboratórios da UFU, soma-se a infraestrutura do Instituto de Tecnologia, de Aveiro, em Portugal, uma organização privada, sem fins lucrativos, de interesse público, e que reúne nove instituições com pesquisa e desenvolvimento na área de telecomunicações. “E por outro lado, a gente tem a Algar, um mundo real onde a gente pode conectar tudo isso”, complementou o coordenador das pesquisas.

Atualmente, a UFU coordena o “Brasil 5G and Beyond 5G”, projeto financiado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e que reúne diversos “atores” nacionais e internacionais para discutir as tecnologias relacionadas ao 5G.

A universidade também lidera uma das áreas do projeto “Brasil 6G”, coordenado pelo Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel) e que tem a participação de algumas universidades brasileiras. O “Brasil 6G” já realiza pesquisas iniciais para a próxima geração de redes móveis, prevista para ser implantada em 2030.

 

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