Um estudo que apontou a presença de substâncias que podem causar doenças como crônicas como câncer na água de Uberaba, no Triângulo Mineiro, é rebatido pela companhia responsável pelo saneamento da cidade. Segundo o Estudo Mapa da Água, divulgado nesta semana, entre 2018 e 2020, foram detectadas cinco substâncias com maiores riscos de gerar doenças e riscos à saúde, na água fornecida aos consumidores do município.
Já a Companhia Operacional de Desenvolvimento, Saneamento e Ações Urbanas de Uberaba (Codau) informa que suas análises de água não indicaram essas substâncias.
Segundo o Estudo do Mapa da Água, em Uberaba, foram detectadas duas substâncias (clordano e selênio) com os maiores riscos de gerar doenças crônicas, como câncer, e outras três substâncias (bário, ácidos haloacéticos total e trihalometanos total) que também geram riscos à saúde.
“Todas as substâncias químicas e radioativas listadas nesta página oferecem risco à saúde se estiverem acima da concentração máxima permitida pelo Ministério da Saúde. Elas foram detectadas ao menos uma vez na água que abastece este município entre 2018 e 2020. Quando essas substâncias estão acima do limite, a água é considerada imprópria para o consumo. Nesses casos, as instituições de abastecimento deveriam informar a população sobre o problema, assim como sobre as medidas tomadas para resolvê-lo”, destacou trecho do Mapa da Água de Uberaba.
Os dados desse estudo são de testes realizados pelas empresas de abastecimento e integram a base de controle do Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (Sisagua), do Ministério da Saúde.
Confira na íntegra nota da Codau frente ao Estudo do Mapa da Água:
“Codau garante qualidade da água de Uberaba
A Companhia Operacional de Desenvolvimento, Saneamento e Ações Urbanas (Codau) informa que suas análises de água não indicam nenhuma contaminação por agrotóxicos ou outros resíduos da indústria.
A Codau atende as Portarias federais GM/MS N° 888/2021 e N° 2.472/2021, que estabelecem as quantidades de análises e os parâmetros de qualidade da água, de acordo com o número de habitantes. Os parâmetros exigidos pelas Portarias, principalmente anexo 9 que inclui substâncias orgânicas, inorgânicas, agrotóxicos e subprodutos da desinfecção, e os anexos 11 e 13, que definem os parâmetros organolépticos e a frequência das análises, são monitorados por laboratório terceirizado e Acreditado (título dos laboratórios que recebem certificado do Inmetro e são auditados) para realizar estes testes específicos.
Desde o ano de 2016, a Codau monitora parâmetros exigidos pelas Portarias. O laboratório externo fornece as análises e os laudos são entregues à autarquia, que por sua vez, informa ao SISAGUA e encaminha para a Vigilância Ambiental em Saúde do município de Uberaba. Os mesmos laudos serão entregues nesta semana para a Coordenadoria das Promotorias de Justiça de Meio Ambiente das Bacias dos rios Paranaíba e Baixo Rio Grande, nas mãos do promotor Carlos Alberto Valera.
“Todos os laudos das análises são avaliados criteriosamente pelo setor de qualidade da água da Codau e não foram identificados índices de agrotóxicos, selênio, clordano, ácidos haloacéticos e trihalometano total fora dos parâmetros estabelecidos pelo Ministério da Saúde”, explicou o presidente da Codau, José Waldir de Sousa Filho. Ele reitera que a análise enviada ao Sisagua, em janeiro de 2022, não detectou substâncias orgânicas, inorgânicas, agrotóxicos ou metais pesados, permanecendo a água dentro dos limites de segurança para consumo. E a água de Uberaba não está contaminada e é produzida e distribuída para a população dentro do que rege a legislação sobre a qualidade da água.
Em todo o monitoramento realizado pela Codau, a quantidade de análises atende às Portarias. E o laboratório da Companhia trabalha ainda com o monitoramento da qualidade da água bruta, saída do tratamento e sistema de distribuição de água, avaliando parâmetros como turbidez, pH, cloro residual, cor aparente, fluoreto. E também outros como o alumínio, ferro, DBO e oxigênio dissolvido.
m 2021, por exemplo, foram realizadas, na saída do tratamento e sistema de distribuição, mais de 10 mil análises de parâmetros como turbidez, cor aparente, pH, cloro residual, Coliformes Totais e Escherichia Coli”.