Após janela partidária, PP continua sendo a sigla com mais vereadores na Câmara Municipal de Uberlândia

Depois do encerramento da janela partidária, que era destinada para trocas de siglas de deputados federais e estaduais, mas também foi utilizada por vereadores, a bancada do PP continua sendo a maior da Câmara Municipal de Uberlândia. A legenda segue com cinco vereadores em seu quadro: Charles Charlão, Ivan Nunes, Sargento Ednaldo, Sérgio do Bom Preço (presidente do Legislativo uberlandense) e Zezinho Mendonça.

Após as três migrações partidárias de vereadores confirmadas durante a janela, o Democracia Cristã (DC) e o PSDB passaram a ter um parlamentar a mais, contando, agora, com dois e três representantes na Câmara, respectivamente. 

Ronaldo Tannus deixou o PL e foi para DC. Ele não se manifestou sobre a mudança durante o período voltado para deputados. E Leandro Neves se filiou ao PSDB após sair do PSD Uberlândia, que questiona a mudança, pois, além dela ter ocorrido em um período em que não era permitida a movimentação de vereadores, segundo a legislação eleitoral, o partido também informou que não foi comunicado pelo parlamentar sobre a saída da legenda. Já o vereador afirmou que recebeu a anuência do partido das mãos do senador Alexandre Silveira, presidente estadual do PSD.

Ainda nesta janela partidária, o PL perdeu um parlamentar e ganhou outro, permanecendo com um vereador na Casa. Enquanto Ronaldo Tannus deixou o PL e foi para DC, Cristiano Caporezzo migrou do Patriota para o PL. Cristiano Caporezzo também não se manifestou sobre a troca durante período voltado para deputados.

INDEFINIÇÃO

Com a fusão de sua antiga legenda, o PSL, com o DEM, formando o União Brasil, o parlamentar Anderson Lima, que hoje está no União Brasil, manifestou interesse em mudar de sigla, já que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) considera que fim ou fusão de partido é considerado justa causa, condição que permite que um vereador possa migrar de legenda, até fora da janela partidária, sem risco de perder o mandato.

No entanto, o União Brasil está questionando a possível mudança de sigla de Anderson Lima, que poderia migrar para o Democracia Cristã (DC). E a situação deve ser resolvida, nos próximos dias, pela Justiça Eleitoral.

Em nota, a assessoria do parlamentar se manifestou dizendo que “ele, juntamente com sua assessoria jurídica, entende que havendo interesse de mudança partidária não há risco jurídico de perder o mandato de vereador, isto porque vários Tribunais Regionais – notadamente o TRE-SC – já têm decidido que a fusão partidária gera inegável mudança substancial do programa partidário, situação que é reconhecida como justa causa para a desfiliação partidária, sem risco de perder o mandato”.

As informações sobre as trocas de legendas dos vereadores durante a janela partidária e as siglas às quais os parlamentares estão filiados atualmente foram obtidas pela reportagem do Regionalzão com a Câmara Municipal de Uberlândia.

LEGISLAÇÃO 

As trocas partidárias dos três vereadores ocorreram em uma janela partidária destinada aos deputados. Em 2018, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu que só pode usufruir da janela partidária a pessoa eleita que esteja no término do mandato vigente. Ou seja, neste ano de 2022, apenas os deputados estaduais e federais têm essa permissão. Os vereadores só podem migrar de partido na janela que ocorre seis meses antes das eleições municipais, que acontecerão em 2024. 

O parlamentar que trocar de partido fora da janela partidária no término do mandato vigente sem apresentar justa causa pode perdê-lo. São consideradas justa causa, segundo o TSE, fim ou fusão do partido, desvio do programa partidário ou grave discriminação pessoal. A janela partidária faz parte do Calendário Eleitoral e está prevista na Lei dos Partidos Políticos (artigo 22-A da Lei 9.096/1995). A regra foi regulamentada pela Reforma Eleitoral de 2015 (Lei nº 13.165/2015). A norma também está prevista na Emenda Constitucional nº 91/2016.

Vale lembrar também que a mais nova Reforma Eleitoral, aprovada pelo Congresso Nacional em setembro de 2021, prevê que, a partir deste ano de 2022, não perderão o mandato os parlamentares que se desfiliarem com a anuência do partido pelo qual foram eleitos. A regra está prevista no artigo 17, parágrafo 6º, da Emenda Constitucional n º 111/2021.

 

Bancadas na Câmara Municipal de Uberlândia: 

 

PP: 5 vereadores 

– Charles Charlão

– Ivan Nunes

– Sargento Ednaldo

– Sérgio do Bom Preço

– Zezinho Mendonça

 

PSDB: 3 vereadores*

– Antônio Carrijo

– Gláucia da Saúde

– Leandro Neves*

* PSD questiona saída do parlamentar

 

Democracia Cristã (DC): 2 vereadores

– Gilvan Masferrer

– Ronaldo Tannus

 

PDT: 2 vereadoras

– Amanda Gondim

– Cláudia Guerra

 

Pros: 2 vereadores

– Dudu Luiz Eduardo

– Fabão

 

União Brasil: 1 vereador*

– Anderson Lima*

* Vereador tem interesse em mudar de partido 

 

Cidadania: 1 vereador

– Antônio Augusto ‘Queijinho’

 

PL: 1 vereador

– Cristiano Caporezzo

 

PT: 1 vereadora

– Dandara

 

PSC: 1 vereador

– Eduardo Moraes

 

MDB: 1 vereadora

– Liza Prado

 

Rede: 1 vereador

– Murilo Ferreira

 

PSD: 1 vereador

– Neemias Miquéias

 

Avante: 1 vereador

– Odair José

 

PV: 1 vereadora

– Thais Andrade

 

Solidariedade (SD): 1 vereador

– Walquir Amaral

 

 

Trocas de siglas durante a janela partidária:

– Ronaldo Tannus – Do PL para o DC

– Cristiano Caporezzo – Do Patriota para o PL

– Leandro Neves – Do PSD para o PSDB

 

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