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Presos da Penitenciária de Uberlândia produzem lençóis para hospitais do município

Adelino Júnior

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De um lado, havia uma oficina com máquinas e presos que sabiam costurar; do outro, instituições de saúde que precisavam de roupas de cama novas com frequência e rapidez. Assim surgiu o projeto Pontos que Unem.

Desenvolvido na Penitenciária de Uberlândia, noTriângulo Mineiro, o projeto é realizado em parceria com a prefeitura local.

Neste momento, dez custodiados da unidade prisional estão produzindo lençóis de cama para toda a rede de saúde municipal.

A capacitação dos detentos teve início em abril. Ao fim de um mês, a produção começou. Até agora, o grupo já fabricou mais de 200 peças de cama.

Segundo os realizadores, o projeto proporciona inúmeros benefícios aos presos, auxilia no processo de ressocialização e facilita a aquisição dos produtos pela administração municipal.

Diretor de Atendimento da Penitenciária, Leandro Melazzo destaca que projetos como esse fazem parte da missão da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) e do Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG) . Em todo o estado, há iniciativas para proporcionar atividades ressocializadoras para os presos, sempre com reflexos em benefícios também para a sociedade. “Nós só temos a agradecer pelo reconhecimento e valorização do trabalho dos apenados. Estamos prontos para produzir tudo que a prefeitura precisar, temos muita mão de obra disponível e queremos, cada vez mais, profissionalizar os presos e devolvê-los ressocializados à sociedade”.

Origem 

A ideia de desenvolver uma fábrica de roupas de cama surgiu em 2020, no início da pandemia de covid-19, quando uma oficina foi instalada na unidade prisional devido à demanda por máscaras para hospitais e instituições públicas.

O trabalho superou as expectativas graças ao volume da produção e à qualidade dos materiais. Com a queda na demanda por máscaras, nasceu a ideia de adotar a confecção de lençóis já que os hospitais, postos de emergência e postos de saúde sempre precisavam de roupas de cama.

O primeiro passo foi ensinar os presos a produzirem os lençóis. Eles receberam capacitação em abril, em aulas ministradas por servidoras da prefeitura e uma professora do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac).

Produção

O preso Leandro de Jesus Silva, 39 anos, é um dos que trabalham na oficina. Para ele, participar do projeto resultou em muitas coisas boas. “Isso aqui é vida, esperança e inovação para os nossos dias. Acabamos de aprender uma profissão, é um pouco delicada, mas muito legal”, diz.

“Nós nos adaptamos rapidamente e outros ainda estão aprendendo. Muitos que estão aqui estão mudando a mente, pensando em ter um negócio próprio, pensando em trabalho. Coisas que não pensávamos antes. Estamos muito felizes e agradecidos pela oportunidade”.

Pelo trabalho realizado, os presos recebem remição de pena, em que a cada três dias trabalhados um é reduzido da condenação. A produção ocorre em oficina instalada ao lado de um pavilhão da penitenciária. Lá, os detentos cortam os tecidos, costuram e depois passam os lençóis. O material sai da unidade prisional e vai para um local próprio para ser esterilizado. Os tecidos e lençóis usados na produção são disponibilizados pela prefeitura. A atual meta da oficina é produzir de 60 a 70 lençóis por semana.

Segundo o prefeito de Uberlândia, Odelmo Leão, graças à nova parceria, as instituições de saúde têm recebido prontamente os materiais, em reposições rápidas. “Temos responsabilidade com todos da nossa cidade. É um projeto que melhora não só a saúde. Trata-se de reinserção social, é um projeto que gera economia para os cofres públicos, e traz benefícios não apenas para aqueles que estão cumprindo pena mas, também, para a nossa sociedade. Vamos continuar trabalhando e, em breve, traremos novidades sobre essa parceria com a Sejusp e o Depen-MG”. 

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