A ex-vereadora de Uberlândia, Pâmela Volp, foi denunciada por comandar um esquema de extorsão na ala LGBTQIA+ da Penitenciária Professor João Pimenta da Veiga. Volp foi presa na Operação “Libertas”.
A Polícia Militar (PM) foi até o local após ser acionada pela Polícia Penal para verificar uma denúncia de extorsão feita por quatro detentos.
De acordo com as informações, Pâmela comandava o esquema de extorsão desde fevereiro deste ano, no qual ela vendia produtos como cigarros, alimentos e materiais de limpeza a outros presos.
Volp estipulava pagamento com juros e caso o produto não fosse pago, a pessoa sofria diferentes tipos de “punições”, como agressão e restrição alimentar.
Durante as buscas pela cela da ex-vereadora, a PM encontrou grande quantidade de doces, cigarros e produtos de limpeza.
Denúncias de agressão
Um dos denunciantes afirmou que foi agredido por outras duas pessoas a mando de Pâmela. De acordo com ele, a detenta criou um “sistema” para descobrir se os presos da ala LGBTQIA+ eram “ativos ou passivos” e quem se recusasse a fazer sofria agressões físicas.
A segunda vítima relatou que foi ameaçada por Volp e que ela criou uma rede de proteção na penitenciária.
Uma terceira pessoa disse aos policiais que, por causa de uma dívida de R$2,5 mil, a ex-vereadora pegou as refeições que ela recebia da penitenciária e mandou uma pessoa agredi-la. A vítima também afirmou que Pâmela determina quem fica em cada cela da prisão.
Operação Libertas
A operação Libertas foi deflagrada em 8 de novembro de 2021 e visa combater associação criminosa voltada a estabelecer o monopólio da exploração sexual de travestis e transsexuais em Uberlândia e região, mediante o uso de graves ameaças e lesões corporais contra quem tenta praticar a prostituição de forma independente do grupo criminoso.
Três mandados de prisão e 11 de busca e apreensão estão sendo cumpridos em Uberlândia. Um dos alvos da operação é a ex-vereadora Pâmela Volp e sua irmã, Paula Volp, apontadas como umas das principais envolvidas no crime de exploração sexual.
A operação Libertas teve a sua 6ª fase deflagrada no dia 15/03, com o objetivo de resgatar travestis e transexuais de trabalho escravo. Oito travestis e transexuais foram resgatadas pelas autoridades. Segundo informações do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), as vítimas estavam sofrendo exploração sexual e financeira.
As ações são realizadas em diversos pontos das cidades e contam com equipes do Ministério Público do Trabalho (MPT), do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) e da auditoria fiscal do trabalho.