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Gigante mundial quer construir cinco complexos de usinas solares fotovoltaicas em Minas Gerais

Adelino Júnior

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Com a intenção de construir cinco complexos solares fotovoltaicos em Minas Gerais, a Shell Energy Brasil, subsidiária da Shell focada em opções renováveis e sustentáveis de energia, pretende levar investimentos para as regiões Norte, Noroeste e Central do estado. A companhia britânica, mais conhecida no Brasil pela atuação do mercado de óleo e gás, e o Governo de Minas assinaram, nesta segunda-feira (30/5),  protocolo de intenções que prevê o investimento de aproximadamente R$ 7 bilhões em energia solar. 

O acordo assinado entre o Governo e a multinacional prevê estudos para instalação de usinas solares nas cidades de Corinto, na região Central, Arinos e Brasilândia de Minas, no Noroeste, e Janaúba e Várzea da Palma, no Norte do estado. O investimento fortalecerá a posição de liderança nacional de Minas Gerais na geração de energia limpa no país. 

O governador Romeu Zema, além de comemorar a assinatura do protocolo, apresentou ao presidente da Shell Brasil, André Araujo, outras potencialidades na área energética consideradas estratégicas para o Governo de Minas. 

“Além da energia solar, Minas Gerais tem outras oportunidades na área de geração de energia e captação de carbono. O estado tem a maior área reflorestada do Brasil e disponibilidade de 300 mil hectares para receber investimentos. Os aterros sanitários, com a geração do gás metano, pode ser outro nicho que a Shell poderá apostar em Minas”, elencou.

Desenvolvimento

Zema destacou que a decisão da multinacional investir em Minas é de extrema importância para que a política de atração de negócios continue se expandindo. “Ampliando nosso parque de geração e melhorando a infraestrutura, com os investimentos da Cemig de R$ 22 bilhões, continuaremos crescendo”, explicou.  

Se todas as usinas solares forem construídas, os complexos podem gerar, juntos, até 2,1GW, o suficiente para abastecer uma cidade de 2 milhões de habitantes. As obras devem começar a partir de janeiro do ano que vem, com previsão do primeiro complexo entrar em operação em janeiro de 2025.

“Minas Gerais é peça importante para o propósito global da Shell de prover mais energia e de forma cada vez mais limpa. Estes projetos têm o potencial de ajudar a reforçar o parque gerador nacional e para a Shell Brasil representam a diversificação dos nossos negócios em energia limpa”, afirmou o presidente da Shell Brasil, André Araujo. 

Para se ter uma ideia do tamanho do volume de investimento, Minas Gerais possui atualmente, 2,4 GW de potência instalada de geração de energia fotovoltaica, segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), somando geração centralizada (730 MW) e geração distribuída (1,68 GW). Somente as usinas da Shell quase que dobram a capacidade instalada hoje no estado. 

Race to Zero

O secretário de Desenvolvimento Econômico , Fernando Passalio, comemora a instalação de usinas solares e reitera que Minas Gerais foi o primeiro Estado na América do Sul a se comprometer com a campanha global do Race to Zero, com o objetivo de alcançar emissões líquidas zero de gases de efeito estufa até 2050.

“A intenção da Shell Energy Brasil de construir cinco complexos solares fotovoltaicos em Minas Gerais mostra o quanto estamos empenhados em atrair investimentos e como a atual gestão avança em prospectar empreendimentos expressivos para o estado. Iniciativas como essa estão em sintonia com a criação de um ambiente fértil para os negócios, contribuindo para a valorização de empresas aqui instaladas e garantindo a geração de emprego e renda para os mineiros”, pontua o gestor da Sede-MG.

Benefícios fiscais

Ter potencial para a geração de energia renovável ajuda, mas não garante a atração dos investimentos. A questão tributária é um fator bastante relevante para este setor e, com a liderança do governador Romeu Zema, Minas Gerais vem cumprindo seu papel em oferecer condições especiais para que as usinas tenham viabilidade econômica. Neste sentido, ações da Secretaria de Estado da Fazenda também foram essenciais para garantir mais um grande investimento para Minas. 

Em novembro de 2021, o Governo de Minas, por intermédio da Secretaria de Fazenda, também concedeu isenção do ICMS nas operações de importação de equipamentos e componentes para a geração de energia solar e eólica. A medida garante aos projetos instalados em território mineiro acesso a bons fornecedores de componentes, além dos que já existem no estado, melhorando a competitividade neste mercado. A isenção do imposto também alcança a própria saída da energia.

Potencial mineiro

E a expansão deste mercado de energia renovável está ainda no início. Segundo recente estudo da Solar Power Europe, instituição que reúne 250 organizações do setor na Europa, o Brasil é o 5º mercado mais promissor em energia solar para os próximos cinco anos no mundo, atrás apenas de China, Estados Unidos, Índia e Alemanha. E Minas Gerais, líder nacional, é um dos protagonistas desse processo. 

O Governo do Estado já trabalha para aproveitar as oportunidades para gerar mais empregos com essa cadeia de valor. Uma missão esteve no mês de maio na Intersolar Europe, maior feira mundial sobre o assunto, realizada em Munique (Alemanha), e fez reuniões de trabalho com empresas que se interessam em atuar no Brasil.

“Tivemos bons contatos com fabricantes de equipamentos e insumos para construção e manutenção das usinas solares que estão bastante interessadas em expandir seus negócios para a América Latina, e Minas Gerais é hoje o melhor lugar para isso. Estamos buscando atrair essas empresas e temos totais condições de fazer nosso estado um dos polos mundiais de geração de energia renovável”, afirma o diretor da Invest Minas , Ronaldo Alexandre Barquette.
 

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