O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) denunciou o prefeito de Patrocínio, Deiró Marra, e o secretário de Administração e Desenvolvimento Social, Ailon Luiz Júnior, por pedirem vantagens indevidas de uma empresa que faz loteamento na cidade.
Na ação protocolada na quinta-feira (11), o procurador Cristovam Joaquim Ramos Filho, da Procuradoria de Justiça Especializada em Ações de Competência Originária Criminal, pede que o prefeito e o secretário sejam afastados do cargo assim que a denúncia for aceita. O procurador diz que, mesmo já condenado por corrupção pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) em outro processo, o prefeito continua agindo de forma idêntica.
A denúncia aponta que durante uma reunião em 9 de fevereiro de 2022, o secretário Ailon Luiz, a mando do prefeito, condicionou a liberação do empreendimento imobiliário Florenza à venda de lotes para uma empresa a preços abaixo dos praticados pelo mercado.
Na reunião com a empresa, o secretário afirmou que o prefeito estava interessado na área mais valorizada do empreendimento, composta por 13 lotes, de cerca de 8 mil metros quadrados, sob pretexto de repassá-la a um investidor. O representante da prefeitura teria proposto pagar R$ 2 milhões, em 30 parcelas.
Outro lado
Por meio de nota, a prefeitura de Patrocínio informou que “nunca foi realizada nenhuma reunião entre o prefeito ou o referido secretário em seu nome com nenhum dos citados”. “O governo municipal ressalta que nessa gestão nenhum loteamento é aprovado sem atender às leis municipais, e todo processo é realizado pela Secretaria de Urbanismo e não pela Secretaria de Administração e Desenvolvimento Econômico”, diz a nota.
A prefeitura diz ainda que, caso a denúncia seja aceita pela Justiça, “no momento oportuno tudo será amplamente esclarecido, e todos os pontos da mencionada denúncia serão rebatidos”. “Inclusive, sendo proposta ação de abuso de autoridade contra o referido procurador”, finaliza a nota.