O senador Eduardo Girão (Novo-CE) disse, em pronunciamento nesta terça-feira (28), “ter ficado estarrecido” com a situação dos presos pelos atentados de 8 de janeiro em Brasília. O parlamentar esteve no presídio da Papuda no dia 15 de fevereiro e afirmou ter ouvido vários depoimentos emocionados de pessoas que afirmam não ter participado dos atos de vandalismo.
— Numa cela em que, pelo planejamento, pela capacidade e pela programação cabem 13 presos, estão 25. Há relatos de violação dos direitos, como falta de contato com familiares. Muitos, de estados do Brasil inteiro, estão aqui em Brasília e nem de forma virtual têm esse direito de contato com a família. Há ausência de acesso de advogados para sua defesa. As condições de higiene que eu e outros colegas vimos lá, absurdas. [Sobre] alimentação, me dá um embrulho no estômago de lembrar e de sentir o cheiro que eu senti da comida. Há deficiência no atendimento à saúde. Tem lá brasileiros, com remédios controlados que tomam há muitos anos, que não estão tendo acesso a medicamento, ao atendimento de um profissional de saúde — destacou.
Girão afirmou ainda ter encaminhado ofícios ao ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, e ao Governo do Distrito Federal pedindo providências com urgência. Ele ressaltou que é fundamental que sejam garantidos aos encarcerados o estrito respeito ao devido processo legal, bem como condições mínimas para o cumprimento das medidas restritivas de liberdade.
O senador destacou que as ações correm em segredo de Justiça e por isso não há como saber a participação que cada aprisionado teve efetivamente. “Mas não se pode generalizar”, disse. Girão reforçou que repudia qualquer ato de violência e espera que todos os responsáveis pelo vandalismo sejam devidamente punidos de acordo com a lei.