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Pacheco destaca contribuições de Ruy Barbosa para democracia e abolição

Adelino Júnior

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Ao abrir a sessão de comemoração do centenário da morte de Ruy Barbosa, nesta quarta-feira (1°), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, chamou o homenageado de “o maior dos brasileiros”, relembrando sua atuação em defesa de causas como a abolição da escravatura, a garantia dos direitos humanos e a democratização do país.

Pacheco destacou o trabalho desenvolvido pelo baiano Ruy Barbosa em diversas áreas. Considerado o patrono do Senado, do Tribunal de Contas da União (TCU) e dos advogados brasileiros, Ruy Barbosa foi jurista, diplomata, político, tradutor e jornalista. Ele foi um dos membros fundadores do Senado, em 1890, e se manteve no cargo de senador por cinco mandatos. Chegou a concorrer à Presidência da República por duas vezes e foi membro fundador da Academia Brasileira de Letras (ABL), entidade que presidiu entre 1908 e 1919.

Esses feitos, de acordo com o presidente do Senado, evidenciam sua importância para o país mesmo 100 anos após sua morte.

— Ruy Barbosa foi um verdadeiro modernista político, um dos mais humanos representantes do povo brasileiro, famoso por sua inteligência acima da média, pelo profundo conhecimento cultural e por uma retórica notavelmente eloquente, instrumentos que soube utilizar de forma brilhante em defesa de causas tão nobres como a abolição da escravatura, a garantia dos direitos humanos, a causa republicana e a democratização do Brasil. Dono de uma personalidade marcante, ele soube utilizar como poucos a tribuna do Senado Federal para advogar suas causas, no mais das vezes proferindo verdadeiras aulas de política e justiça — ressaltou Pacheco. 

Para o presidente do Senado, Ruy Barbosa era um brasileiro apaixonado e era “acometido de um incurável amor” por causas de justiça e educação — o que o levou, segundo Pacheco, a ser um dos proeminentes líderes na proteção dos direitos humanos no Brasil. Pacheco também recordou a importância do homenageado para a implantação da República no país.

— Instaurado o novo regime, Ruy Barbosa, em comunhão de esforços com o futuro presidente Prudente de Moraes, foi o principal responsável pela redação do texto da Constituição de 1891, documento que institucionalizou a república no Brasil, promoveu o fortalecimento da democracia, a garantia de direitos e liberdades individuais e a descentralização do poder político. 

Defensor da verdade

Rodrigo Pacheco afirmou que Ruy Barbosa possuía amor à verdade, acima de outros amores. E também disse que o baiano declarava não conhecer “satisfação maior para o espírito do que ver triunfar a verdade científica” e a “a verdade acima de tudo”. 

— Vivo fosse, nosso patrono certamente se postaria na linha de frente do combate ao ignóbil, perigoso e criminoso avanço das fake news, esse verdadeiro ovo da serpente dos movimentos antidemocráticos de nossa época. Isso porque Barbosa não foi apenas um dos pais da república brasileira, mas igualmente um dos mais ardorosos devotos da democracia. Esta, declarava, é o “princípio do futuro”, representa o poder do povo, a igualdade e o progresso — avanços civilizatórios que se contrapõem ao retrocesso dos governos autoritários, pois “nenhum povo que se governe toleraria a substituição da soberania nacional pela soberania da espada

Pacheco lembrou ainda que Ruy Barbosa possui seu busto exposto no Plenário do Senado, de onde “guia e vigia os trabalhos” realizados na Casa.

— Estava lá, inclusive, quando as sedes dos Poderes da República foram invadidas, em 8 de janeiro de 2023, dia triste e marcante para a nossa democracia. Mas ele se manteve firme, quase como um guardião da instância máxima de deliberação da Casa Legislativa. O insigne civilista permaneceu impávido, ou, usando suas palavras, como símbolo da supremacia do “governo da lei, contraposto ao governo do arbítrio, ao governo da força, ao governo da espada”.

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