Minas Gerais: Receita Federal, PF e MP deflagram Operação Dark Book

A operação visa combater fraude de cerca de R$ 62 milhões que envolve retificações de despesas de Livro Caixa de profissionais liberais, na Declaração do Imposto de Renda Pessoa Física, com o intuito de recebimento de restituições indevidas

Foto: Receita Federal

A Receita Federal, em atuação articulada com a Polícia Federal e com o Ministério Público Federal, deflagrou, nesta terça-feira (7), a Operação Dark Book, que visa apurar fraude relacionada a retificações de despesas constantes de Livro Caixa de profissionais liberais, na Declaração do Imposto de Renda Pessoa Física, com o intuito de majoração da restituição a ser recebida por estes profissionais. 

Os profissionais liberais que recebem rendimentos de trabalho não assalariado, podem deduzir, da receita decorrente do exercício da respectiva atividade, algumas despesas escrituradas em livro-caixa. Ao deduzi-las, a base de cálculo do imposto de renda devido é reduzida e, com isto, se há imposto a ser restituído, o valor a se receber aumenta.  

A FRAUDE

A equipe da Receita Federal, nesta operação, identificou várias declarações retificadoras de diversos contribuintes, aumentando de forma fictícia os valores das despesas lançados em Livro Caixa. Com isso, o imposto devido sofria uma redução, gerando um crédito a ser restituído pela Receita Federal ao contribuinte. Estima-se que o prejuízo ao erário chegue a R$ 62 milhões. 

Diante da não comprovação das despesas declaradas, os contribuintes alegaram, de forma unânime, a atuação de um consultor financeiro e de um profissional de contabilidade como responsáveis pela retificação e envio das declarações fraudulentas, mediante o recebimento de 20% dos valores recebidos indevidamente. 

A OPERAÇÃO

A Receita Federal em Minas Gerais identificou que a “consultoria” poderia procurar novos clientes de outras categorias profissionais, prosseguindo com a prática de retificações fraudulentas, caso não se atuasse preventivamente diante da notícia da fraude. 

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Os responsáveis pela “consultoria tributária” que ofereceram os serviços às pessoas físicas e promoveram os atos delituosos poderão vir a responder judicialmente pelo delito de estelionato, crimes contra a ordem tributária, sem prejuízo de eventuais outros. 

Dark book é referência ao fato de a fraude ser realizada por meio de informações falsas no livro caixa dos profissionais que se beneficiaram dos serviços da consultaria.  

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