Megaoperação contra o crime cumpre 62 mandados em Uberlândia, Ituiutaba, Araguari e Goiânia

Dentre os alvos das investigações estão um Policial Militar da reserva e dois Policiais Penais, além de diversas empresas e empresários suspeitos

Foto: Reprodução/WhatsApp

Conforme informou o Regionalzão, nesta quinta-feira, 20, foi deflagrada uma megaoperação denominada Confraria do Azar, que engloba o desencadeamento de quatro operações distintas e simultâneas coordenadas pelo GAECO UBERLÂNDIA, decorrente de uma atuação conjunta do Ministério Público de Minas Gerais, da Polícia Civil, da Policia Militar e da Polícia Penal de Minas Gerais, voltadas à apuração e repressão qualificada a organizações criminosas envolvidas com a prática de infrações penais graves na cidade de Uberlândia e região, no Triângulo Mineiro, como exploração de jogos de azar, corrupção policial e lavagem de dinheiro.

A operação conjunta conta com a efetiva participação de 250 (duzentos e cinquenta) agentes públicos, entre membros do Ministério Público e integrantes das forças de segurança pública, acontecendo nas cidades de Uberlândia, Ituiutaba, Araguari e Goiânia, ocasião em que estão sendo cumpridos 61 (sessenta e um) mandados de busca e apreensão, bem como 01 (um) mandado de prisão preventiva.

Atendendo a requerimento do GAECO UBERLÂNDIA, foi decretada a indisponibilidade de bens e valores do patrimônio de 29 (vinte e nove) investigados, no intuito de assegurar o valor de R$108.000.000,00 (cento e oito milhões reais). As ações envolvem a atuação de 12 (doze) Promotores de Justiça, sendo 11 (onze) do Estado de Minas Gerais e 01 (um) do Estado de Goiás, 16 (dezesseis) Delegados de Polícia Civil, 82 (oitenta e dois) Policiais Civis, 128 (cento e vinte e oito) Policiais Militares, (seis) Policiais Penais, bem como servidores/ colaboradores do Ministério Público mineiro.

São órgãos vinculados ao Ministério Público que participam efetivamente dessa operação conjunta o 18° Promotor de Justiça de Uberlândia, integrantes do Gaeco Central (Belo Horizonte), do Gaeco Uberaba, do Gaeco Patos de Minas, do Gaeco Montes Claros e do Gaeco/CSI do Estado de Goiás, assim como o Coordenador do CAOET Uberlândia, o Coordenador do CAOET Uberaba, o Coordenador do CRPP Uberlândia, o Coordenador do CAO-SAÚDE Triângulo Norte e a Coordenadora do CAO-CÍVEL do MPMG.

As apurações prosseguem em andamento com relação a todas as investigações, sendo que o atendimento à imprensa acontecerá na presente data às 11 horas na sede do Ministério Público de Minas Gerais na cidade de Uberlândia, situada na Rua São Paulo, n° 95, bairro Tibery.

A megaoperação simultânea envolve 04 (quatro) investigações diretamente e estruturalmente relacionadas.

A Operação Lavanderia dos Sonhos resulta de investigações conduzidas ao longo de quase dois anos, a qual resultou na identificação de uma estruturada organização criminosa atuante há mais de trinta anos em Uberlândia, liderada por integrantes de um mesmo núcleo familiar, voltada a prática de infrações penais, dentre as quais a exploração de jogos de azar e do bicho, assim como lavagem de dinheiro do produto dessas atividades ilícitas.

No ano de 2022 foram deflagradas 03 (três) fases da Operação Lavanderia dos Sonhos, assim como oferecida denúncia criminal pelo MPMG em desfavor dos integrantes da organização criminosa.

Ocorre que após análise das provas obtidas nas primeiras fases da mencionada operação descobriu-se que o consórcio criminoso contava com estruturas essenciais ao êxito de suas ações e negócio que ainda não tinham sido detectadas por completo quando do oferecimento da ação penal, sendo que uma dessas estruturas consiste no desenvolvimento, aprimoramento, implantação e operacionalização dos sistemas informatizados utilizados pela organização criminosa para suas apostas ilegais e controle das operações, assim como do fluxo financeiro da atividade ilícita.

Nesta operação específica foram cumpridos mandados de busca e apreensão em 03 (três) pontos, sendo que 02 (dois) endereços são ligados à mesma pessoa suspeita.

Conforme já exposto no item anterior, essa 4ª fase da operação se destina a verificar, e posteriormente responsabilizar, novas estruturas essenciais ao êxito das atividades e negócio da organização criminosa alvo da Lavanderia dos Sonhos.

Assim, após maiores aprofundamentos das análises das provas arrecadadas nas fases anteriores, constatou-se que o bando criminoso contava com o imprescindível auxílio de pelo menos um Policial Militar, mediante pagamento de vantagens indevidas.

Portanto, também serão alvos dessa 4ª fase da operação 02 (duas) novas pessoas investigadas, dentre elas um Policial Militar da reserva, sendo que estão sendo cumpridos 02 (dois) mandados de busca e apreensão, assim como 01 (um) mandado de prisão preventiva.

Foi decretada a indisponibilidade de bens e valores do patrimônio dos 02 (dois) investigados dessa operação específica, no intuito de assegurar o valor de R$36.000.000,00 (trinta e seis milhões reais).

No curso das investigações da Operação Lavanderia dos Sonhos identificou-se um “consórcio”, ou melhor um “cartel criminoso”, composto por uma cúpula de “bicheiros e exploradores de azar”, os quais se relacionam continuamente para ajustes de preços, cotações de apostas e pagamentos de prêmios, divisão territorial das atividades clandestinas, obtenção de informações sigilosa, sobre operações policiais e ações para o enfrentamento de criminosos concorrentes que ameacem a estabilidade e o enriquecimento dos integrantes desses grupos.

Nesse sentido, foram detectados dois outros grupos criminosos com íntima relação com o primeiro bando.

Um desses grupos criminosos é alvo da Operação Trevo do Infortúnio, a qual visa comprovar o envolvimento dos integrantes já identificados e de interpostas pessoas, os quais utilizaram as estruturas de empresas privadas, em especial construtoras, postos de combustíveis e pátios de recolhimento de veículos credenciados junto ao DETRAN-MG, para fins de lavar os lucros e proveitos advindos das práticas ilícitas.

A denominação da operação como Trevo do Infortúnio se deve ao fato de que um dos símbolos que foram identificados nos pontos de apostas desse grupo criminoso foi um “Trevo”

Na presente data estão sendo cumpridos nessa operação específica 26 (vinte e seis) mandados de busca e apreensão contra empresas, pátios de veículos e empresários das cidades de Uberlândia, Ituiutaba, Araguari e Goiânia.

Outrossim, foi decretada a indisponibilidade de bens e valores do patrimônio de 23 (vinte e três) investigados, no intuito de garantir o valor de R$36.000.000,00 (trinta e seis milhões reais).

O terceiro grupo criminoso detectado e individualizado, liderado por herdeiros de antigo contraventor da cidade de Uberlândia, parente do patriarca da primeira ORCRIM investigada, possui idêntico modelo de divisão de tarefas e operacional dos demais grupos anteriormente mencionados, tendo se estruturado para explorar parte territorial da cidade de Uberlândia no que tange à loteria clandestina do “Jogo do Bicho”, assim como lavar o dinheiro angariado de fontes ilícitas por meio de “empresas de fachada”.

O símbolo deste terceiro grupo criminoso é uma ÁGUIA, haja vista que era impresso nos comprovantes de apostas do jogo do bicho nas “lojas” por eles exploradas, especialmente nos estabelecimentos da região norte da cidade de Uberlândia.

Portanto, nesta data estão sendo cumpridos nessa operação específica 30 (trinta) mandados de busca e apreensão, sendo 02 (dois) deles contra Policiais Penais da cidade de Uberlândia. Também foi decretada a indisponibilidade de bens e valores do patrimônio de 06 (seis) investigados, no intuito de garantir o valor de R$36.000.000,00 (trinta e seis milhões reais).

As apurações prosseguem em andamento com relação a todas as investigações, sendo que o atendimento à imprensa acontecerá na presente data às 11 horas na sede do Ministério Público de Minas Gerais na cidade de Uberlândia, situada na Rua São Paulo, n° 95, bairro Tibery.

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