A abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito do Transporte Público de Uberlândia, que investigaria a possível negligência da Prefeitura em relação à qualidade do transporte público, foi inviabilizada por falta de assinaturas. Dos 27 vereadores do município, apenas 5 assinaram o pedido feito pela vereadora Amanda Gondim (PDT) em março deste ano.
A Operação “Ir e Vir”, realizada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) em parceria com o Procon, encontrou diversas irregularidades em ônibus que fazem o serviço na cidade. Superlotações, plataformas de acessibilidade quebradas, pneus em péssimas condições, entre outros problemas, foram constatados. No dia seguinte à operação, seis ônibus foram retirados de circulação e autuados em dezenas de irregularidades.
Apesar disso, a tentativa de abrir a CPI foi frustrada. Desde março, a vereadora Amanda Gondim tentou colher as assinaturas necessárias para a abertura da comissão, mas apenas Cláudia Guerra (PDT), Dr. Igino (PT), Fabão (PROS) e Murilo (Rede) se dispuseram a assinar, totalizando 5 assinaturas. Eram necessárias 9 assinaturas para o início dos trabalhos.
A situação do transporte público em Uberlândia já demanda atenção há anos. De 2020 a 2022, a Prefeitura executou três aportes financeiros às empresas prestadoras de serviço que, somados, chegam a mais de R$50 milhões. As justificativas foram desde a reposição de prejuízos causados pela pandemia até socorro para pagamento de funcionários.
A vereadora Amanda Gondim lamentou a falta de interesse dos demais vereadores em investigar a situação. Ela afirmou que a indiferença de grande parte da Câmara sugere um caráter de subserviência do Poder Legislativo ao Executivo, o que é uma característica histórica da cultura política da cidade.
É por isso que considero a classe política podre. Não atende o interesse da população. Apenas os seus. Enquanto não aprendermos votar, seremos vítimas desses lobos vorazes.