Nesta quarta-feira (26), a defesa de Jair Bolsonaro alegou à Polícia Federal (PF) que o ex-presidente estava sob efeito de morfina, um potente analgésico, quando compartilhou um vídeo com acusações falsas que questionam os resultados das urnas na eleição presidencial. Por causa de tal publicação, Bolsonaro se tornou alvo de inquérito que apura os culpados pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro.
A alegação de que Bolsonaro estava sob efeito de medicação ao publicar o vídeo foi divulgada pelo ex-ministro da Comunicação de seu governo, Fábio Wajngarten, um dos advogados do ex-presidente. Na ocasião, Bolsonaro havia recebido alta após ter sido internado com supostas dores abdominais em um hospital na Flórida, Estados Unidos.
“Foi um equívoco na hora de salvar o arquivo para assistir posteriormente. Foi ele que postou, mas foi um incidente. Ele foi avisado do erro e apagou”, afirmou Paulo Cunha Bruno, outro advogado de Bolsonaro no caso. De fato, o vídeo foi apagado cerca de 2 horas após a postagem.
Em depoimento à Polícia Federal na data de hoje, o ex-presidente alegou que tinha a intenção de enviar o vídeo por WhatsApp e não publicá-lo no Facebook, conforme foi feito. Jair Bolsonaro foi ouvido na sede da PF, em Brasília, por cerca de 2 horas. Esta foi a segunda oitiva do ex-mandatário na Polícia Federal em menos de um mês. Assim que retornou ao Brasil, em 5 de abril, Bolsonaro foi ouvido por mais de 2 horas para explicar a respeito das joias que ganhou de presente da Arábia Saudita e não declarou legalmente.