O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), realizou a leitura na noite de ontem, quarta-feira, do requerimento para a criação da CPI do MST, que busca investigar a atuação do movimento social nas invasões de terras, que apresentaram aumento nos últimos meses.
A leitura do requerimento significa que a CPI foi criada, mas não que será instalada imediatamente. O próximo passo deverá ser a indicação dos representantes pelos blocos partidários e, após isso, conforme agenda da casa, ser realizada a primeira sessão.
A Frente Parlamentar da Agropecuária, chamada popularmente de bancada ruralista, vê a criação da CPI como ferramenta de resposta e combate às invasões praticadas pelo MST.
Em abril, o MST iniciou a Jornada Nacional de Luta pela Terra, com invasão de 9 fazendas e das sedes do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) em sete estados. Segundo o Jornal Folha de São Paulo, a onda de invasões irritou o presidente Lula (PT), que teme que as ações no campo gerem mais desgaste com setores do agronegócio, que já nutrem grande rejeição pelo governo PT.
Na manhã de ontem, 26, o Ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, afirmou que o governo quer o fim dos conflitos agrários e que todos sejam resolvido com paz.
O Ministério da Agricultura e Pecuária também tem feito diversas críticas às invasões de terra, buscando distanciar o governo de tais ações. Portanto, a expectativa é que o governo atual não faça ferrenha oposição à CPI do MST.