O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), terá uma missão, além de administrar o estado, em seu segundo mandato, que será nacionalizar o seu nome e sua gestão, preparando o terreno para uma possível disputa presidencial em 2026. Para isso, o líder do executivo mineiro inclusive já montou uma equipe com esse objetivo. A avaliação de aliados é que, apesar da alta aprovação em Minas Gerais, o nome de Zema ainda é desconhecido em grande parte do país, principalmente fora da região Sudeste.
Contudo, no campo político a movimentação já começou. No último Feriado de Tiradentes, em Ouro Preto, Romeu Zema homenageou o senador Sérgio Moro, do Paraná, com a Medalha da Inconfidência, a maior honraria concedida pelo estado de Minas Gerais.
Com o ex-presidente Jair Bolsonaro ocupado em responder a dezenas de processos, tanto no TSE – Tribunal Superior Eleitoral – quanto no STF – Supremo Tribunal Federal -, Sérgio Moro tem se apresentado como principal opositor ao governo Lula em Brasília. O senador do Paraná também nunca escondeu sua pretensão ao Palácio do Planalto.
Já no fim do mês de abril, na abertura da Expozebu em Uberaba, no Triângulo Mineiro, Romeu Zema esteve junto com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ex-ministro de Bolsonaro e outro possível nome para a disputa da presidência em 2026. O governador mineiro fez questão de elogiar Tarcísio e o estado de São Paulo, em um claro aceno ao maior colégio eleitoral do país.
Na ocasião, Zema disse que viajar das estradas de Minas para São Paulo é como ir do “inferno ao céu”, e prometeu melhorar a malha viária do estado em sua segunda gestão. “Talvez não consigamos entregar no padrão Tarcísio e São Paulo, tá certo? Mas vamos nos aproximar bastante”, disse Zema, arrancando aplausos da comitiva paulista presente.
Entre os líderes dos partidos de Direita no país, há consenso que o ex-presidente Jair Bolsonaro ficará inelegível e não poderá disputar as eleições de 2026, devido aos vários processos que responde, principalmente por questionar o sistema eleitoral brasileiro. O próprio PL – partido de Bolsonaro – já enxerga tal situação e tem trabalhado o nome de Michele Bolsonaro, esposa do ex-presidente. Porém, há desconfiança de que as intrigas dentro da própria família Bolsonaro, principalmente entre Michele e os seus enteados Eduardo, Flávio, Carlos e Renan, atrapalhem os planos.
Em outubro de 2022, às vésperas do 1º turno, em entrevista ao Regionalzão Talk, Romeu Zema foi questionado pelo apresentador Adelino Júnior sobre sua pretensão em disputar a presidência, o que não foi negado pelo então candidato a reeleição. Pelas últimas movimentações do governador mineiro, o plano segue a todo vapor.