Uberlândia: MPF inicia investigação da morte de idoso que aguardava atendimento em ambulância no HC-UFU

Eurípedes passou mal na noite de sexta-feira (28/7) e foi levado pela família para a Unidade de Atendimento Integrado (UAI) do Bairro São Jorge, onde foi diagnosticado com um caso de infarto, sendo mantido em uma UTI móvel durante toda a madrugada

Foto: HC-UFU

O caso do idoso Eurípedes Roberto Faria, de 74 anos, que faleceu no último sábado, dia 29, em uma ambulância, após aguardar atendimento na porta do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU), em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, gerou grande comoção e levantou questionamentos sobre negligência e responsabilidade no atendimento.

Tendo em vista a gravidade do ocorrido, o Ministério Público Federal (MPF) tomou a iniciativa de investigar o caso para apurar se houve negligência e identificar os possíveis responsáveis pelo trágico episódio. O procurador da República Cleber Eustáquio Neves assinou o despacho instaurando o procedimento de investigação, com o objetivo de esclarecer o ocorrido e garantir que os culpados sejam responsabilizados.

Eurípedes passou mal na noite de sexta-feira (28/7) e foi levado pela família para a Unidade de Atendimento Integrado (UAI) do Bairro São Jorge, onde foi diagnosticado com um caso de infarto. Devido à gravidade do quadro, foi solicitada a transferência para o Hospital de Clínicas por meio do chamado “vaga zero”, que possibilita atendimento mesmo em casos de falta de leitos.

No entanto, a transferência não foi realizada, pois o Pronto Socorro do HC-UFU alegou estar lotado. Diante disso, o idoso foi mantido na UTI Móvel fornecida pelo Município durante toda a madrugada. Infelizmente, na madrugada de sábado, ele sofreu uma parada cardiorrespiratória e faleceu na porta da unidade de saúde, sem receber o atendimento adequado.

O Hospital de Clínicas, em sua nota oficial, reconheceu a superlotação do Pronto Socorro e afirmou estar buscando soluções junto à Secretaria de Saúde, gestor local do SUS. No entanto, o procurador Cléber Eustáquio observou que essa situação evidencia uma pactuação com os Municípios que o hospital não tem condições de atender, e que uma investigação nesse sentido já estava em curso.

A Secretaria Municipal de Saúde de Uberlândia também tomou providências, acionando a Procuradoria do Município para que medidas sejam tomadas em relação ao contrato firmado ainda em dezembro de 2022. O contrato previa o compromisso do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia em realizar atendimentos como o caso de Eurípedes Roberto Faria.

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