Empresas de transporte em Minas Gerais estão enfrentando uma crescente escassez de diesel, conforme alertou o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Minas Gerais (Minaspetro) na noite desta terça-feira (8). A crise surge devido à Petrobras não conseguir atender completamente a demanda do mercado nacional e às distribuidoras hesitarem em importar o combustível. Isso ocorre após a mudança na política de Paridade de Preços de Importação (PPI) pelo governo federal.
De acordo com Juliana Martins, diretora do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logística de Minas Gerais (Setcemg), as distribuidoras não estão importando diesel devido ao alto custo do produto no mercado nacional. A diferença de preço chega a cerca de 80 centavos, o que torna a importação pouco viável. Essa falta de diesel já está impactando a quantidade de combustível disponível para os clientes, com empresas como a Shell e a Ipiranga enfrentando dificuldades em atender plenamente suas demandas.
A mudança na política de preços da Petrobras, implementada após a troca de governo, trouxe uma nova abordagem em relação aos reajustes do valor do petróleo internacional. Anteriormente, a estatal repassava integralmente os aumentos aos consumidores. Agora, parte do aumento é absorvida pela própria Petrobras. No entanto, a defasagem do diesel entre os preços praticados no Brasil e no mercado externo é de 22%, conforme aponta um relatório da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom).