Como forma de minimizar o impacto ao meio ambiente em empreendimento de energia licenciado pelo Ibama, no Rio de Janeiro, a empresa responsável adotou, junto à unidade do Instituto de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, responsável pelo processo, o uso de um helicóptero para movimentar as peças metálicas e o concreto utilizado na fundação de cada perna das torres da linha de transmissão. O empreendimento atravessa duas importantes áreas protegidas de Mata Atlântica no estado: o Parque Nacional da Serra da Bocaina e o Parque Estadual Cunhambebe.
A medida vai evitar a abertura de cerca de dez estradas de acesso às torres de transmissão de energia do empreendimento Linha de Transmissão (LT) 138 kV Angra-Angra. Também será evitada a supressão de 5,72 hectares de Mata Atlântica, ou seja, de área equivalente a seis campos de futebol. As obras começaram em fevereiro deste ano e se estenderão até dezembro. Apenas a fase de desmobilização do canteiro de obras que deve ocorrer no primeiro semestre de 2024.
A linha será reconstruída para possibilitar o fluxo máximo da potência elétrica do transformador defasador da Subestação (SE) Angra Furnas, de 400 MVA, aumentando a confiabilidade do fornecimento de energia elétrica na região de Angra dos Reis (RJ). As estruturas metálicas das novas torres são mais altas e mais pesadas, a fim de garantir maior distanciamento entre os cabos e as copas das árvores e evitar cortes desnecessários da vegetação.
A medida vem para preservar a Mata Atlântica, bioma mais ocupado do país, onde vive 72% da população brasileira. Resta hoje cerca de 24% de sua ocupação original, sendo apenas 12,4% de floresta madura preservada.
Helicóptero
A aeronave atua nas obras de reforço, que envolvem a troca dos cabos, torres e fundações em um trecho de aproximadamente 28 quilômetros. Do tipo utilitário leve bimotor, conhecido como “esquilo”, o helicóptero é capaz de percorrer, em média, oito quilômetros, paralelo ao chão, podendo alcançar altitudes de até 320 metros, com carga, desde o ponto de recolhimento dos materiais até os locais das torres.
Em termos de números absolutos, foram estimadas 339 horas de voo do helicóptero, deslocamento de 49,1 toneladas de estruturas, o equivalente a 10 torres metálicas novas, e 37 toneladas das estruturas antigas a serem retiradas, além de 388 metros cúbicos ou 931,2 toneladas de concreto. Cada voo com duração média de 8 a 10 minutos pode transportar cerca 500 quilos de concreto, com capacidade de movimentar até 2,6 toneladas de carga.
A metodologia utilizada para a construção da linha tem o aval da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e será executada pela Emar Taxi Aéreo, de Macaé (RJ), que conta com dois pilotos qualificados e treinados para executar o transporte de cargas especiais. As obras da Linha de Transmissão estão ocorrendo no âmbito da Licença de Instalação 1416/2021 – 1ª Retificação, condicionante 2.1, item 2.1.1 que prevê a execução do Plano Ambiental de Construção (PAC).