Uma operação conjunta envolvendo o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), Polícia Civil e Polícia Militar foi desencadeada em Pirapora com o objetivo de investigar ameaças cibernéticas feitas a deputadas mineiras. O investigado, que teria intimidado as parlamentares Lohanna Souza França Moreira de Oliveira, Bella Gonçalves e Beatriz Cerqueira, foi alvo da operação, que recebeu o nome de “Di@ana”.
As deputadas receberam ameaças de morte e de “estupro corretivo” por meio de redes sociais e e-mails institucionais, o que levou as autoridades a tomarem medidas para identificar e responsabilizar os envolvidos. As vereadoras de Uberlândia, Amanda Gondim e Claudia Guerra se manifestaram após serem vítimas do mesmo crime.
A parlamentar Amanda Gondim afirmou que esse avanço nas investigações é importante, e enfatizou que esse tipo de ameaça não pode ser minimizado, pois demonstra uma escalada de violência, que necessita ser monitorada pelas autoridades competentes.
“A conquista do nosso espaço na política provoca reações em setores de ultradireita e podemos ver pelo teor dos ataques que há um ódio a nós mulheres e em especial às mulheres lésbicas. Ocupamos um papel importante na política institucional e representamos uma transformação no modo de se fazer política no país.”, citou Amanda.
Durante a operação, foram cumpridos mandados judiciais de busca e apreensão, bem como quebra de sigilo de dados. A ação foi resultado de uma força-tarefa que monitorou grupos e fóruns onde as ameaças foram feitas. Além das ameaças às parlamentares, foram identificados conteúdos relacionados à incitação à violência, pedofilia, necrofilia, postagens de imagens de estupros, assassinatos e mutilações, além de conteúdo de abuso e exploração sexual infantil.
A vereadora Claudia Guerra declarou que sente alívio ao saber do amparo efetivo das forças de segurança de Minas Gerais, já que a participação feminina na política já se esbarra em inúmeros desafios.
“Como mulheres eleitas, deve nos ser garantido um cenário seguro para seguirmos trabalhando por todos e todas que nos elegeram. Esperamos que a Câmara se empenhe também na resolução de tal questão, até mesmo se manifestando publicamente, nos apoiando e informando à população quais medidas estão sendo tomadas. A nova formação da Procuradoria da Mulher não havia se manifestado até ontem. Quase 1 mês após o primeiro episódio de ameaça recebida por e-mail.”, alegou.