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Polícia Civil conclui que pilotos de Marília Mendonça agiram com negligência e imprudência e arquiva o caso

Caso seria de homicídio culposo, mas a punição foi extinta por conta da morte dos pilotos da aeronave durante o acidente

Redação Pontal
Foto: EBC

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A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) concluiu a investigação sobre a queda da aeronave que resultou na trágica morte de Marília Mendonça e outras quatro pessoas, atribuindo a responsabilidade do acidente aos pilotos do avião, que também perderam a vida na tragédia. Dado o falecimento dos responsáveis, o caso foi arquivado, impossibilitando qualquer punição.

A divulgação da informação ocorreu durante a apresentação das conclusões do inquérito sobre o acidente aéreo, realizada nesta quarta-feira, 4 de outubro. O acidente aconteceu em novembro de 2021, na localidade de Piedade de Caratinga, na região Leste de Minas Gerais.

Em 5 de novembro de 2021, a aeronave, que transportava a equipe de Marília Mendonça, caiu em Piedade de Caratinga. O avião estava em situação regular e tinha autorização para operar como táxi aéreo. A decolagem ocorreu no Aeródromo Santa Genoveva, em Goiânia (GO), às 16h02min. O grupo estava a caminho de um show naquela noite. Além de Marília Mendonça, também perderam a vida no acidente o piloto Geraldo Medeiros, o copiloto Tarciso Viana, o produtor Henrique Ribeiro e o tio e assessor da cantora, Abicieli Silveira Dias Filho, todos vítimas de politraumatismo contuso, conforme constatou a Polícia Civil.

De acordo com o delegado de Caratinga, Ivan Lopes, as investigações revelaram que houve negligência e imprudência por parte dos pilotos. Ficou constatado que não foi feito contato com outros profissionais antes de efetuarem o pouso no aeródromo, que era desconhecido para a tripulação.

As autoridades policiais consideraram que os pilotos agiram com homicídio culposo, caracterizado pela ausência de intenção de matar, e que essa ação foi triplamente qualificada. No entanto, devido ao falecimento dos dois tripulantes, a possibilidade de punição foi extinta.

O delegado informou que diversas outras hipóteses, como falha mecânica, problemas de saúde súbitos ou até mesmo um atentado, foram descartadas durante a investigação.

Em maio deste ano, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) da Força Aérea Brasileira emitiu um relatório, que descartou a falha mecânica como causa do acidente e destacou a “avaliação inadequada” do piloto como um fator contribuinte. O delegado esclareceu que o papel do Cenipa não inclui a identificação de responsáveis, mas sim a colaboração na prevenção de futuros acidentes.

O relatório também indicou que os cabos de alta tensão estavam posicionados abaixo da linha de visão dos pilotos, uma vez que, no momento do impacto, sua atenção estava voltada para a pista de pouso. Além disso, os equipamentos de energia não eram facilmente distinguíveis da vegetação circundante, dificultando a percepção a longas distâncias.

Contudo, as investigações concluíram que não havia a necessidade de sinalização da estrutura, uma vez que a linha de transmissão estava fora da zona de proteção do aeródromo e das rotas de aproximação e decolagem, além de possuir uma altura inferior a 150 metros, exatamente 38,5 metros. Portanto, segundo o Cenipa, ela “não representava uma ameaça à segurança”.

Apesar disso, em 1º de setembro, a empresa de energia de Minas Gerais, Cemig, instalou uma esfera de sinalização em um cabo de uma torre de distribuição, onde o avião bimotor caiu.

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