O hipismo brasileiro conquistou na última segunda-feira, dia 23, uma medalha de prata inédita no adestramento nos Jogos Pan-americanos de Santiago 2023, na Escola de Equitação do Exército em Quillota, região de Valparaiso, com destaque para Renderson de Oliveira, natural de Ituiutaba, no Triângulo Mineiro, que conquistou 74,936% no Grand Prix Freestyle.
A disputa também foi válida como segunda qualificativa individual, e o Brasil habilitou-se com seus três melhores conjuntos (máximo por país) na corrida pelo ouro individual no Freestyle nesta quarta-feira, 25, quando Renderson vai disputar a prova Freestyle (Top 20).
Os Estados Unidos conquistaram a medalha de ouro, com 450,670%, enquanto o Brasil, representado pelo ituiutabano Renderson de Oliveira, João Victor Oliva, Manuel Tavares de Almeida e Paulo Cesar dos Santos, obteve 443,343%, em segundo lugar. O Canadá ficou com o bronze, com 431,937%. O feito dos brasileiros acontece 48 anos após a conquista do primeiro bronze por equipes no Pan de 1975.
Atualmente com 31 anos de idade, Renderson mudou para Araçoiaba da Serra, em São Paulo. Na adolescência, ele limpava cocheiras, morava com os avós e limpava trinta cocheiras por dia. Depois passou a ser tratador de cavalos e chegou a montar pelo haras, estreando em competições nacionais. Chegou a viajar para duas edições de Jogos Pan-Americanos como tratador de cavalos.
O ituiutabano competiu junto ao garanhão Fogoso, cavalo que foi a Tóquio-2020 com o português Rodrigo Torres. Com a prata, o Brasil garantiu vaga nos Jogos de Olímpicos-2024, mas precisa habilitar um terceiro cavaleiro. Renderson e João Victor têm pontuação suficiente, mas são necessários três conjuntos.
Renderson foi o primeiro cavaleiro preto a representar o Brasil em Jogos Olímpicos, e no pódio do Adestramento em Santiago, ele era o único cavaleiro preto, pois o hipismo é mundo elitizado e inacessível.