Audiência Pública na ALMG debate Investimentos insuficientes que levaram à piora dos serviços da Cemig no Triângulo

Representantes de Ituiutaba, Uberlândia e outras cidades reclamam das constantes quedas de energia e dos prejuízos decorrentes delas

Imagem: Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG)

Moradores de Uberlândia, Ituiutaba e de outras cidades de Minas Gerais criticaram os frequentes apagões no fornecimento de energia elétrica pela Cemig, durante uma participação na audiência pública da Comissão de Defesa do Consumidor e do Contribuinte da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), nesta quarta-feira (06).

Originalmente destinada a debater as frequentes quedas de energia nas zonas rural e urbana dos dois municípios do Triângulo, a reunião ampliou para receber reclamações de clientes da Cemig de outras regiões do Estado. A audiência trouxe ainda representantes da concessionária, que falaram dos investimentos para melhorar a rede, como a troca de transformadores e o aumento de subestações e equipes.

O coordenador regional do Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon/MG) de Uberlândia, promotor de Justiça Fernando Rodrigues Martins, fez um apanhado das principais denúncias que chegaram ao órgão. Sobre as quedas constantes no fornecimento de energia elétrica, informou que, após várias reclamações de moradores de bairros da cidade, entrou com uma ação civil pública contra a Cemig, a qual foi imputada uma multa de R$ 1,2 milhão.

“Um hospital ficou sem energia. O bairro Shopping Park, sem subestação próxima, ficou sem energia e sem internet. Na zona sul, houve sérios apagões. Distritos da área rural, sem energia, acabaram perdendo o leite que estava nos tanques resfriadores”, relatou. Na avaliação do jurista, a falta de eficiência demonstrada pela concessionária é fruto da insuficiência de investimentos.

Anunciou ainda que, no dia 11 de dezembro, como sequência da ação civil pública, será realizada uma audiência de justificação da tutela de urgência. Nesse encontro, serão apresentadas à justiça todas as provas coletadas junto à população, mostrando as falhas do serviço prestado que justificam a ação civil pública. O promotor acrescentou que serão exigidos da Cemig a troca de transformadores e de subestações para atender a Uberlândia.

“A Cemig se vale de argumentos antigos, como causas naturais, incluindo a falta de chuvas e outros. Isso não cabe mais. Pelo lucro de R$ 4 bilhões que ela alcançou, a empresa teria que dar conta, considerou Fernando Martins.

Já Mário Jacob Júnior, da Associação Comercial e Industrial de Ituiutaba, denunciou que, nos últimos cinco anos, a população local vem sofrendo com quedas de energia em todo o município. Em algumas regiões, houve também falta d’água, pois não havia eletricidade para fazer funcionar o sistema de bombeamento de água.

Ele acrescentou que 13 outros municípios (com população total de 100 mil habitantes) dependem dos transformadores e da subestação de Ituiutaba, também com 100 mil pessoas. Os dois transformadores que atendem a essa região tem mais de 40 anos de uso e um deles apresentou defeito, gerando o caos para cidadãos das áreas urbana e rural dessas cidades. O prejuízo foi grande para produtores rurais, que perderam milhares de litros de leite por falta de resfriadores.

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