Nesta terça-feira, 12/12, a Polícia Federal, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO do MPSP) e a Receita Federal deflagraram a Operação Hinsberg, visando reprimir e desarticular uma organização criminosa envolvida no desvio de produtos químicos destinados à produção de drogas ilícitas.
Um dos principais alvos é Renato Cariani, renomado professor de química, educador físico, atleta profissional, empresário e influenciador com uma base de mais de 14 milhões de seguidores. Suspeita-se que Cariani participe de uma organização criminosa responsável pelo desvio de produtos químicos, utilizados na fabricação de drogas. De acordo com a PF, o grupo desviou produtos suficientes para a produção estimada de 19 toneladas de crack e cocaína.
Renato Cariani é um dos maiores influenciadores no segmento fitness, com uma presença massiva nas redes sociais, incluindo 7,3 milhões de seguidores no Instagram, 6,3 milhões de inscritos no YouTube e mais de 1 milhão de seguidores no TikTok.
A Operação Hinsberg, realizada em conjunto por mais de 70 policiais federais, tem como objetivo cumprir 18 mandados de busca e apreensão em endereços situados em São Paulo, Paraná e Minas Gerais.
As investigações revelaram um esquema complexo, envolvendo a emissão fraudulenta de notas fiscais por empresas licenciadas para vender produtos químicos em São Paulo. O uso de “laranjas” em transações de depósitos em espécie, representando falsos funcionários de multinacionais, foi uma estratégia utilizada para dissimular o desvio.
Ao todo, foram identificadas 60 transações dissimuladas relacionadas a essa organização criminosa, totalizando cerca de 12 toneladas de produtos químicos, incluindo fenacetina, acetona, éter etílico, ácido clorídrico, manitol e acetato de etila. Essa quantidade corresponde a mais de 19 toneladas de cocaína e crack prontas para consumo.
Além disso, as investigações apontaram que os envolvidos utilizavam diversas estratégias para ocultar e dissimular a origem ilícita dos valores recebidos, como o emprego de interpostas pessoas e a constituição de empresas fictícias.
Os responsáveis pelos atos investigados responderão pelos crimes de tráfico equiparado, associação para fins de tráfico e lavagem de dinheiro, podendo enfrentar penas que ultrapassam 35 anos de reclusão.
A escolha do nome da operação, Hinsberg, faz referência a Oscar Hinsberg, o químico que identificou a possibilidade de converter compostos químicos em fenacetina, substância principal desviada pela organização criminosa.