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Mosquitos “infectados” serão soltos em Uberlândia para combater doenças como Dengue e Chikungunya

O Ministério da Saúde selecionou seis municípios para a soltura de mosquitos infectados pela bactéria "Wolbachia"

Matheus Carvalho
Mosquitos de Aedes aegypti são vistos no laboratório da Oxitec em Campinas

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A cidade de Uberlândia será palco de uma iniciativa inovadora no combate às arboviroses, como dengue, zika, chikungunya e febre amarela urbana. O Ministério da Saúde selecionou seis municípios brasileiros para a soltura de mosquitos transmissores dessas doenças, infectados pela bactéria “Wolbachia”. A ação, que tem previsão de início para junho de 2024, busca impedir a propagação dessas enfermidades.

Além de Uberlândia, as cidades escolhidas para participar desse projeto inovador são Foz do Iguaçu (PR), Joinville (SC), Londrina (PR), Natal (RN) e Presidente Prudente (SP).

A Wolbachia, uma bactéria intracelular, será implantada nos ovos do mosquito Aedes aegypti por meio do Método Wolbachia, conduzido no Brasil pela Fiocruz. Essa intervenção impede que os vírus das doenças transmitidas pelo mosquito se desenvolvam, reduzindo a capacidade de transmissão para os seres humanos. Importante destacar que nem os mosquitos nem a Wolbachia sofrem qualquer modificação genética durante esse processo.

O efeito do método é autossustentável ao longo do tempo, já que a porcentagem de mosquitos que carrega Wolbachia aumenta naturalmente por meio da reprodução dos inicialmente infectados. Essa característica torna o método acessível a longo prazo e minimiza impactos significativos nos ecossistemas, uma vez que a Wolbachia está presente naturalmente em outras espécies.

Para viabilizar a implementação do projeto, uma biofábrica será instalada em Uberlândia, ocupando o espaço atualmente utilizado pela Defesa Civil, no Distrito Industrial. Essa estrutura servirá como laboratório para o desenvolvimento e monitoramento do Método Wolbachia na cidade, avaliando o progresso do método e identificando locais críticos de transmissão de vírus por meio do monitoramento de ovos dos mosquitos.

A experiência piloto do Método Wolbachia já foi realizada com sucesso no Rio de Janeiro e Niterói, abrangendo uma população de 1,3 milhão de habitantes. Dados preliminares indicam uma redução de até 77% nos casos de dengue e 60% de chikungunya nas áreas que receberam os Aedes aegypti com Wolbachia, em comparação com aquelas que não foram contempladas pelo método. A iniciativa promete ser um marco no enfrentamento das arboviroses, apresentando resultados promissores na redução da incidência dessas doenças.

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