Uma pesquisa conduzida pela Genial/Quaest sobre os ataques de 8 de janeiro, promovidos por bolsonaristas radicais contra as sedes dos três Poderes, revela que a grande maioria dos eleitores de Jair Bolsonaro (PL) repudia os eventos ocorridos há um ano, absolvendo tanto o ex-presidente quanto seus eleitores de qualquer responsabilidade nos distúrbios em Brasília.
Entre os entrevistados que votaram em Bolsonaro no segundo turno de 2022, 85% condenam as invasões, enquanto apenas 11% expressaram aprovação. Além disso, 81% isentam o ex-capitão do Exército de qualquer responsabilidade pelo ocorrido. Em contrapartida, entre os eleitores de Luiz Inácio Lula da Silva, 94% desaprovam os ataques, e 76% acreditam que o adversário teve alguma influência neles.
Bolsonaro deixou o Brasil em 30 de dezembro, antes da transmissão da faixa presidencial para Lula, e estava nos Estados Unidos durante a tentativa bolsonarista. O ex-presidente, sob investigação pelo Supremo Tribunal Federal (STF), é acusado de questionar as urnas eletrônicas, incentivar seus eleitores e divulgar material golpista nas redes sociais, inclusive durante sua estada nos Estados Unidos.
A pesquisa, realizada entre 14 e 18 de dezembro, entrevistou presencialmente 2.012 pessoas com 16 anos ou mais em todo o país, refletindo uma divisão na opinião sobre a influência de Bolsonaro nos ataques. A maioria (51%) acredita que os invasores não representam os eleitores de Bolsonaro, enquanto 37% consideram que os golpistas agiram em nome do ex-presidente. A região Sul do país, com 9%, mostra maior apoio aos ataques, refletindo a relevância da base eleitoral de Bolsonaro na região. O levantamento tem uma margem de erro de 2,2 pontos percentuais.