A pior epidemia de dengue da história de Minas Gerais já registra mais de 500 mil casos prováveis da doença em todo o estado. Esse cenário preocupante exige atenção redobrada, especialmente para gestantes e puérperas (mães que acabaram de dar à luz).
Dados do Ministério da Saúde mostram um aumento de 345,2% nos casos de dengue em gestantes nas seis primeiras semanas de 2024, em comparação com o mesmo período de 2023. No Hospital Júlia Kubitschek (HJK), quase cem pacientes grávidas foram atendidas com suspeita ou confirmação da doença nos últimos 30 dias.
As alterações fisiológicas da gravidez podem agravar quadros de dengue, podendo resultar em complicações graves como hemorragias e acúmulo de líquido em órgãos vitais.
Por isso, é fundamental que gestantes estejam atentas a sinais de alerta da dengue, como dificuldades respiratórias e sangramento de mucosas. Nesses casos, a busca por atendimento médico é imprescindível, mesmo que já tenham sido atendidas anteriormente pelo quadro de dengue.
As puérperas, especialmente nas duas primeiras semanas após o parto, também estão sob risco elevado de complicações. A restrição de medicamentos como anti-inflamatórios e anticoagulantes torna o cuidado ainda mais delicado.
A prevenção é essencial, visto que gestantes não podem receber a vacina contra a dengue. O uso de repelentes aprovados e roupas que cubram braços e pernas ajuda a reduzir o risco de picadas pelo mosquito Aedes aegypti.
A Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) elaborou um Plano de Contingência para enfrentamento à dengue, onde o Hospital Júlia Kubitschek é referência no atendimento às gestantes com suspeita ou confirmação de dengue, chikungunya ou zika. A unidade funciona 24 horas e conta com leitos e poltronas dedicados ao tratamento de arboviroses, além de suporte de outras unidades da Fhemig para o atendimento especializado.