Apenas 30% das crianças mineiras se vacinaram contra dengue, estado teme perder imunizantes

A adesão à vacinação contra a dengue em Minas Gerais tem sido preocupantemente baixa, com apenas 30% das crianças imunizadas até o momento. O alerta veio do secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti, em uma entrevista concedida ao Jornal da Itatiaia nesta quarta-feira (20).

“O estado não utilizou mais do que 30% das doses disponibilizadas, lembrando que o público-alvo inicial era de crianças de 10 a 11 anos. Mesmo com a expansão para 14 anos, o índice de vacinação não apresentou um aumento significativo”, destacou Baccheretti.

A situação é particularmente preocupante considerando o cenário epidemiológico em Minas Gerais. Até o momento, o estado já registrou 100 mortes causadas pela dengue em 2024. Os números impressionam, com 232.789 casos confirmados da doença e outros 372 óbitos sob investigação até a última segunda-feira (18).

Diante dessa realidade, o secretário de Saúde foi até Brasília em busca de soluções para o problema, uma vez que a pasta teme a perda de vacinas caso a meta de vacinação não seja atingida. “Essa primeira remessa tem um vencimento curto, pois foi uma doação do laboratório, e não podemos nos dar ao luxo de desperdiçá-la”, ressaltou Baccheretti, sem mencionar o prazo exato de vencimento.

Uma reunião está agendada para hoje (20) com o intuito de definir uma nova estratégia para aumentar a adesão à vacinação. “Queremos expandir para mais municípios”, afirmou o secretário.

Baccheretti garantiu que a segunda dose da vacina, a ser administrada após três meses, está garantida, mas ressaltou que a primeira dose, devido ao seu curto prazo de validade, não faz parte do esquema da segunda dose.

Apesar da gravidade da situação, há uma nota de alívio nas palavras do secretário: “O estado já atingiu o pico da dengue e segue com casos em queda. Especialmente na região metropolitana, onde se concentra a maior população, observamos uma tendência de queda. Já estamos vendo uma pressão cada vez menor na necessidade de leitos”, concluiu Baccheretti.