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“Um carro movido a etanol tem 80% da eficiência energética comparado a um carro elétrico” diz vice-governador de MG ao defender tema de FEMEC 2024

O vice-governador de Minas Gerais, Matheus Simões, defendeu o tema: “Biocombustíveis, a nova energia vem do campo”

Matheus Carvalho
Imagem: Mateus Simões na FEMEC 2024 - Foto: Ilustração

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O vice-governador de Minas Gerais, Matheus Simões, defendeu o tema: “Biocombustíveis, a nova energia vem do campo” escolhido para a FEMEC 2024, feira que está acontecendo nesta semana, de 01 a 05 de abril, no Camaru em Uberlândia. O político comentou, durante uma entrevista ao Regionalzão: “um carro movido a etanol tem 80% da eficiência energética comparado a um carro elétrico”

Especialistas levantam questões sobre a real sustentabilidade do carro elétrico, apontando que, dependendo da matriz energética de onde é utilizado, pode não ser a solução ideal para o futuro da mobilidade individual. Conforme estudos realizados pela subsidiária brasileira da empresa Mahle, em locais onde a maior parte da energia elétrica é gerada a partir de combustíveis fósseis, como na Bolívia, os carros elétricos podem gerar uma quantidade significativa de gás carbônico equivalente ao longo de sua vida útil.

Segundo os estudos, um carro elétrico emite 32,5 toneladas de CO2 em dez anos, enquanto um veículo a gasolina gera 31,3 toneladas no mesmo período. Esse dado levanta questionamentos sobre a efetividade dos veículos elétricos na redução das emissões de gases de efeito estufa, especialmente quando se considera o ciclo de vida completo, desde a fabricação até o descarte das baterias.

Embora o carro elétrico não emita gases poluentes durante o uso, sua pegada de carbono é alta, principalmente devido ao processo de fabricação das baterias, que é bastante poluente. Além disso, a energia utilizada para carregar essas baterias, em muitos países, ainda provém da queima de combustíveis fósseis.

No Brasil, onde a matriz energética é mais renovável, a pegada de carbono de um carro elétrico ao longo de dez anos é menor, mas ainda assim significativa, sendo de 17,6 toneladas. Esse valor é superior ao gerado por veículos movidos a etanol, que é de 12,1 toneladas no mesmo período.

Diante desse cenário, especialistas como Everton Lopes, da SAE Brasil, defendem que o carro elétrico a bateria deve ser encarado apenas como uma transição, não como a solução final para os problemas ambientais. Lopes sugere que o veículo elétrico a célula de combustível seria uma alternativa mais adequada para o futuro da mobilidade.

Enquanto diversos países da Europa e até mesmo montadoras internacionais já se comprometem com a eletrificação total de suas frotas, o Brasil ainda está distante dessa realidade. Importadoras e marcas de luxo lideram a adoção do carro elétrico no país, enquanto as principais montadoras nacionais se mantêm focadas no etanol como solução sustentável e com baixo índice de poluição.

A Volkswagen, por exemplo, aposta no desenvolvimento de tecnologias relacionadas ao etanol, buscando fortalecer sua relevância no mercado global e posicionando o Brasil como um centro de exportação de tecnologia para mercados emergentes. Outras montadoras também seguem essa tendência, buscando alternativas ao carro elétrico tradicional.

Enquanto isso, a Europa abraça o carro elétrico como uma solução para reduzir a poluição nos centros urbanos e diminuir a dependência de combustíveis importados. No entanto, especialistas alertam que o desafio da eletrificação vai além da simples troca de combustível e requer uma abordagem holística para garantir uma mobilidade sustentável no futuro.

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