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Casal é condenado a mais de 14 anos de prisão por escravizar doméstica por quase quatro décadas

Justiça Federal de Minas Gerais determina pena e indenizações para os réus, que ainda podem recorrer em liberdade

Matheus Carvalho
Imagem: Reprodução/Integração

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O casal Dalton César Milagres Rigueira e Valdirene Lopes Rigueira foi condenado a mais de 14 anos de prisão por manter Madalena Gordiano em regime análogo à escravização por 39 anos. A decisão foi emitida pela Justiça Federal de Minas Gerais, que também estabeleceu o pagamento de multas e indenizações que somam mais de R$ 1,3 milhão para a vítima. O casal ainda pode recorrer da sentença em liberdade.

Segundo informações do jornalista Leonardo Sakamoto, a sentença incluiu crimes de redução à condição análoga à de escravo, furto qualificado e lesão corporal, totalizando 12 anos e oito meses de reclusão em regime fechado, além de um ano e 11 meses em regime semiaberto, totalizando 14 anos e sete meses de pena.

As filhas do casal, Raíssa Lopes Fialho Rigueira e Bianca Lopes Rigueira Nasser, não foram condenadas por trabalho escravo. Raíssa recebeu uma sentença de 7 anos e 11 meses de reclusão em regime fechado, além de um ano e 11 meses de detenção em regime semiaberto, por furto qualificado e lesão corporal, além de multa. Já Bianca foi condenada a um ano e 11 meses de detenção em regime semiaberto por lesão corporal.

Além das penas de prisão, o casal deve pagar uma multa de R$ 1,3 milhão a Madalena, enquanto Raíssa foi condenada a pagar R$ 23,5 mil. Esses valores correspondem a indenizações por danos materiais. Os réus também foram ordenados a pagar R$ 135 mil por danos morais.

Madalena Gordiano foi resgatada em novembro de 2020, após 39 anos de trabalho não remunerado na casa do casal Rigueira, em Patos de Minas, Minas Gerais. Durante esse período, ela foi submetida a condições desumanas e vivia em um quarto sem janelas, onde eram armazenados produtos de limpeza. A investigação revelou também que Madalena foi obrigada a se casar com um idoso para que a família Rigueira pudesse controlar sua pensão militar, utilizando-a para seus próprios fins, incluindo pagar a faculdade de medicina de um membro da família.

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