Entenda causas das fortes chuvas no Rio Grande do Sul; 32 pessoas morreram e 60 desapareceram

Meteorologista explica que enchentes vão durar dias

Foto: Agência Brasil

O Rio Grande do Sul está enfrentando um dos piores desastres climáticos de sua história devido às fortes chuvas que persistem há dias. Essas tempestades resultaram em mortes, deixaram cidades submersas e aumentaram a preocupação com o rompimento de barragens. Para entender as causas dessas chuvas intensas, veja o que dizem especialistas.

De acordo com especialistas, as causas das tragédias se diferenciam desta, que já deixou 32 mortos e 60 desaparecidos até o início desta sexta-feira (3). Além dos mortos e desaparecidos, 36 pessoas ficaram feridas. A Defesa Civil soma cerca de 14,8 mil pessoas fora de casa, sendo 4.645 pessoas em abrigos e 10.242 desalojados (na casa de familiares ou amigos). Ao todo, 154 dos 496 municípios do estado registraram algum tipo de problema, afetando 71,3 mil pessoas.

Fatores que explicam as chuvas no Rio Grande do Sul Segundo Marcelo Seluchi, meteorologista e coordenador-geral de Operação e Modelagem do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), diversos fatores contribuem para as chuvas intensas. A alta pressão atmosférica sobre a região central do Brasil cria um bloqueio que impede a passagem de frentes frias para o norte do país. Isso faz com que as frentes fiquem estacionárias no Rio Grande do Sul, resultando em chuvas prolongadas.

Além disso, o El Niño, que está na fase final, e as mudanças climáticas podem estar intensificando a formação de chuvas devido ao aquecimento da atmosfera e dos oceanos, o que aumenta a quantidade de vapor de água disponível.

Perspectivas para os próximos dias Seluchi alerta que as chuvas devem persistir por mais alguns dias devido a um sistema de bloqueio no Oceano Pacífico. Essa situação atmosférica estagnada mantém as chuvas na região Sul do Brasil. Até sábado, volumes de chuva superiores a 250 milímetros são esperados, especialmente na porção centro-norte do Rio Grande do Sul.

O meteorologista também prevê que as chuvas começarão a perder força a partir de domingo, mas a intensidade pode variar conforme as frentes frias se movem para o sul ou para o norte do continente. Após esse período, as chuvas devem ser menos volumosas e com intervalos maiores sem precipitação.

Outro problema causado pelas chuvas intensas é o encharcamento do solo, o que pode levar dias para normalizar. Seluchi observa que toda a água que caiu no estado precisará ser drenada, e esse processo pode demorar.

Devido ao volume de chuvas, o Lago Guaíba, que banha Porto Alegre, deve subir até cinco metros até sexta-feira (5), representando uma preocupação adicional para a capital.

Cenário inédito Seluchi aponta que a situação atual é inédita para o Rio Grande do Sul e representa um dos maiores desastres climáticos no Brasil em termos de abrangência territorial. Embora volumes de chuva semelhantes tenham sido registrados em outras partes do país, a extensão das áreas afetadas é incomum.

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