TRIÂNGULO: onça parda atropelada é tratada e devolvida à natureza

Ela passou por cirurgia em Uberaba e concluiu o tratamento em Patos de Minas

Foto: Agência Minas

Uma onça parda (Puma concolor) foi reintegrada à natureza na última sexta-feira (3/5) após se recuperar completamente de um atropelamento em uma rodovia de Minas Gerais. O retorno ao habitat natural só foi possível devido a um esforço conjunto entre o Governo de Minas, por meio do Instituto Estadual de Florestas (IEF), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e outras instituições.

A onça foi encontrada ferida após um acidente em uma rodovia perto da cidade de Campos Altos, no Alto Paranaíba, no final de fevereiro. Ela foi resgatada pelo Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG) e levada para a Universidade de Uberaba (Uniube), onde recebeu atendimento imediato. Foi constatada uma fratura no fêmur esquerdo do animal, levando à necessidade de uma cirurgia.

Após a cirurgia, a onça parda foi transferida para o Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres (Cetras) em Patos de Minas, uma instalação de referência para a reabilitação de fauna silvestre. Posteriormente, ela foi encaminhada para o Zoológico de Belo Horizonte para acompanhamento contínuo, devido à necessidade de medicação e ao comportamento agressivo do animal.

Com a recuperação total, a onça parda foi solta em uma área particular longe de zonas urbanas, que está em processo de cadastramento pelo Ibama em Minas Gerais. A soltura foi organizada com um rádio colar para monitorar os movimentos do felino após a reintegração ao seu habitat natural.

Segundo Érika Procópio, médica-veterinária do IEF, o local para soltura foi escolhido pela articulação entre propriedades particulares e órgãos estaduais e federais. Ela destacou a importância do trabalho conjunto, mencionando a contribuição do Ibama e do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) para a disponibilização do rádio colar GPS/VHF, utilizado no monitoramento.

O monitoramento do felino será realizado pelo Waita Instituto de Pesquisa e Conservação, em parceria com a plataforma Semente, do Ministério Público de Minas Gerais. Esse acompanhamento é fundamental para entender a rotina da onça parda após sua soltura e garantir a segurança do animal.

A onça parda é a segunda maior espécie de felino das Américas e a quarta maior do mundo. Um macho adulto pode pesar entre 40 kg e 72 kg, enquanto as fêmeas têm um peso médio entre 34 kg e 48 kg. Com um corpo alongado e esguio, a espécie possui um comprimento médio de 1,08 m.

O comportamento da onça parda é solitário e territorialista, formando pares apenas durante a época de acasalamento. A gestação das fêmeas dura entre 82 e 98 dias, com ninhadas de um a seis filhotes. O felino se alimenta principalmente de mamíferos, aves e répteis, mas pode também caçar vertebrados maiores, como veados, porcos-do-mato, capivaras e jacarés.

Com a espécie sendo ameaçada de extinção, iniciativas de resgate, reabilitação e reintegração como esta são essenciais para a conservação da onça parda e para a manutenção da biodiversidade em Minas Gerais e em todo o Brasil.

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