Quase 900 pacientes foram internados no HC/UFU em 2023 por conta de acidentes de trânsito

Somente na cidade de Uberlândia, foram registrados 14,5 mil acidentes de trânsito no ano passado

Foto: Agência Brasil

A mortalidade no trânsito no Brasil aumentou 13,5% entre 2010 e 2019 em relação à última década. Dados do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), divulgados no ano passado, revelam essa preocupante tendência. O ano de 2020 não foi considerado devido à pandemia.

O Pronto Socorro do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU/Ebserh) desempenha o papel de principal ponto de atendimento para vítimas de trauma, sendo a única referência em casos graves na região do Triângulo Norte, abrangendo 27 municípios.

Em 2023, o setor de estatística registrou a internação de 889 pacientes que sofreram traumas decorrentes de acidentes de trânsito. De acordo com Heitor Gomes, chefe do setor de paciente crítico do HC-UFU, os traumas representam cerca de 30% do total de atendimentos no Pronto Socorro, e na Sala Vermelha, destinada aos casos mais graves, 40% são de pacientes traumatizados.

Somente na cidade de Uberlândia, foram registrados 14,5 mil acidentes de trânsito no ano passado, envolvendo mais de 25 mil vítimas, conforme informações da Secretaria Nacional de Trânsito.

Esses números poderiam ser drasticamente reduzidos com a colaboração de todos os envolvidos no trânsito. Desde 2011, a ONU (Organização das Nações Unidas) designou a cor amarela, comumente associada aos semáforos, para representar o mês de maio como o período dedicado à atenção e segurança no trânsito. O tema deste ano é: “Paz no Trânsito começa por você”.

Heitor explica que muitos desses pacientes são encaminhados para o Centro Cirúrgico e, em casos graves, para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Após a fase aguda, segue-se a reabilitação, que pode incluir acompanhamento ambulatorial por um longo período.

Segundo Paula Cíntia dos Santos Vieira, fisioterapeuta do HC-UFU, “O tempo de recuperação total após a alta hospitalar também abrange o período pós-alta, onde a reabilitação continua ambulatorialmente.” Ela ressalta que o tempo de reabilitação varia de acordo com a gravidade do acidente e as condições prévias do paciente.

Paula alerta ainda para os politraumatismos, que envolvem lesões graves em múltiplas áreas do corpo, sendo situações complexas que requerem cuidados prolongados.

O chefe do setor de paciente crítico lamenta as altas taxas de mortalidade e as sequelas pós-trauma, afetando principalmente os mais jovens, e destaca o compromisso do HC-UFU em oferecer cuidado multidisciplinar e integral aos pacientes, visando uma recuperação eficaz e segura. A assistência multidisciplinar engloba equipe médica, enfermagem, fisioterapeutas, psicólogos, nutricionistas e assistentes sociais, proporcionando uma resposta mais eficiente às necessidades dos pacientes e contribuindo para uma reintegração segura na sociedade.

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