O novo presidente do iFood, Diego Barreto, é de Uberaba, no Triângulo Mineiro. Ele trabalha na Movile desde 2016 e no iFood desde 2018.
Diego garantiu que dará continuidade ao plano de crescimento e inovação traçado pela gestão anterior. “São seis anos trabalhando ao lado do Fabricio, compartilhando sua visão de futuro, importantes decisões e contribuindo para a consolidação da cultura do iFood”, afirmou Barreto.
O novo presidente é formado em Direito pela PUC de São Paulo e possui MBA pelo IMD Business School. Seu principal desafio será negociar com o governo a regulamentação dos trabalhadores de aplicativos.
Saída do ex-presidente
Após cerca de cinco anos à frente do iFood, Fabricio Bloisi está deixando a companhia brasileira de entregas de restaurantes e supermercados para assumir a liderança da companhia global de tecnologia Prosus.
Fabrício é fundador da Movile, empresa brasileira que investe em companhias de tecnologia e que tem participação no iFood.
A Prosus, por sua vez, é um grupo global de internet e um dos maiores investidores em tecnologia no mundo. Com sede em Amsterdã, na Holanda, a Prosus foca em setores como delivery de alimentos, classificados online, fintech e educação.
A companhia investe na Movile desde 2013 e tem presença em 100 países, atendendo mais de 2 bilhões de clientes.
A Prosus é uma investidora relevante em empresas como Tencent, Meituan, OLX e Delivery Hero.
No Brasil, além da Movile, a Prosus investe na Kovi, Creditas e Sympla. Bloisi também assumirá a presidência da Naspers, um conglomerado global de consumo de internet com sede na África do Sul.
Desde o início do terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a relação entre o governo e empresas do segmento de entregas ficou estremecida após críticas do ministro Luiz Marinho (PT) ao regime de trabalho dos entregadores. Um grupo de trabalho foi criado para discutir a questão, mas acabou sendo desfeito, e as conversas entre o governo e o iFood foram retomadas recentemente.
O iFood propôs uma tabela progressiva de contribuição ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) para custear benefícios e regulamentar o trabalho de motoboys e ciclistas. Os trabalhadores pagariam alíquotas de 5% a 11% sobre o rendimento, conforme a faixa de ganhos.
O modelo proposto pelo iFood é semelhante ao do empregador doméstico, no qual o patrão paga 20% sobre o salário do empregado para custear benefícios previstos na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), com parte das despesas sociais sendo subsidiada pelo governo.
No entanto, o ministro Marinho afirmou à Folha de S.Paulo em março que não há discussões no governo para subsidiar a contribuição previdenciária dos entregadores por aplicativo.