Conforme publicado pelo Regionalzão, uma mulher de 23 anos foi presa em uma universidade de Uberlândia por stalking, ou perseguição, contra um médico de Ituiutaba. O caso ganhou repercussão nacional após viralizar nas redes sociais.
A investigada estava foragida desde 3 de março de 2023, quando começou a responder a um inquérito policial. Ela foi presa no dia 8 de maio e permanece detida.
O Regionalzão realizou um levantamento sobre os crimes aos quais a mulher irá responder na justiça devido à perseguição à vítima e sua família. Confira os detalhes:
Stalking: A mulher é acusada de perseguir o médico reiteradamente e por diversos meios, ameaçando sua integridade física e psicológica, restringindo sua capacidade de locomoção e invadindo ou perturbando sua esfera de liberdade e privacidade. Este crime prevê uma pena de reclusão de seis meses a dois anos, além de multa.
Roubo qualificado: Além do stalking, a mulher também é acusada de roubo qualificado pela subtração de uma smartphone. A pena para este crime varia de quatro a dez anos de reclusão, além de multa.
Descumprimento de Medidas Protetivas de Urgência: A investigada ainda será processada por descumprir medidas protetivas de urgência, por exemplo, que parasse de perseguir e se aproximar das vítimas. Para este crime, a pena prevista é de detenção de três meses a dois anos.
Somadas, as penas podem chegar a 14 anos de prisão.
Defesa das vítimas
Os advogados das vítimas, Danielle Medeiros e Hudson de Freitas, esclarecem que os delitos imputados pelo Ministério Público do Estado de Minas Gerais na denúncia promovida contra a presa estão devidamente comprovados pelos diversos elementos de informação constantes no inquérito policial, incluindo imagens de câmeras que demonstram a violência para a subtração do telefone, o descumprimento de determinação judicial e a perseguição propriamente dita.
Uma vez que a denúncia foi recebida pelo Juízo da Vara Criminal, agora será designada audiência de instrução e julgamento.
Entenda
A autora era paciente do médico vítima em Ituiutaba desde 2019. Durante esse período, ela começou a persegui-lo, desenvolvendo uma espécie de “amor de transferência”, um sentimento não correspondido pelo médico. Por esse motivo, o médico afastou a autora de sua lista de pacientes, mas as perseguições e ameaças se agravaram, chegando ao conhecimento da Polícia Civil. A autora constantemente enviava mensagens, realizava ligações para o médico e perseguia os membros de sua família, causando transtorno psicológico. Mesmo estando foragida, ela não parou de perseguir, ligar e enviar mensagens para as vítimas.
No total, o médico e sua esposa registraram 42 boletins de ocorrência por ameaça, perturbação do sossego, lesão corporal, extorsão e roubo. O mandado de prisão foi emitido após um incidente em que a autora, acompanhada de sua avó, subtraiu um aparelho celular da esposa do médico nas dependências da clínica onde ele trabalhava.
A autora já havia sido presa em flagrante em outras duas ocasiões pelos crimes de ameaça, extorsão e furto qualificado, mas foi solta pela justiça no dia seguinte, com a imposição de medidas cautelares que ela violou. Além disso, ela desrespeitou acordos judiciais.
Prisão
A prisão da artista plástica acusada de stalking contra um médico de Ituiutaba foi mantida pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais.
Todos os pedidos da defesa, inclusive o de liberdade, foram indeferidos pelo juiz, pois diversas medidas cautelares foram aplicadas anteriormente, mas acabaram descumpridas pela mulher.
A defesa solicitou a substituição da prisão por outras medidas, como a prisão domiciliar, devido ao estado de saúde da acusada, bem como a devolução dos celulares apreendidos.
No entanto, os pedidos foram negados. Agora, a defesa deve apresentar um pedido de habeas corpus, outra medida para tentar tirá-la da cadeia. Para saber mais sobre o caso, clique nos links abaixo: