O ministro extraordinário da Reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta, afirmou neste domingo (2) que o governo federal está empenhado em “construir uma alternativa” legal para socorrer financeiramente as empresas gaúchas afetadas pelas chuvas do último mês, com o objetivo de evitar demissões. “Temos que construir uma alternativa para a manutenção da saúde financeira das empresas e, principalmente, da manutenção dos postos de trabalho”, disse Pimenta em entrevista ao CanalGov, durante visita à cidade de Muçum, no Vale do Taquari, uma das regiões mais severamente atingidas pelas recentes chuvas no estado.
O ministro destacou que, nesta semana, o governo acelerará o debate sobre a manutenção dos postos de trabalho, mencionando discussões já realizadas com o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho. “Já fizemos várias reuniões e fechamos alguns acordos com empresas e setores, no sentido de encontrarmos mecanismos que garantam a manutenção dos empregos e, ao mesmo tempo, buscar apoio que a legislação permite que as empresas recebam do governo federal, para não romperem o vínculo empregatício com seus funcionários”, explicou Pimenta. Ele também mencionou iniciativas como linhas de financiamento operadas por bancos públicos com juros abaixo da inflação.
Pimenta ressaltou a urgência da situação ao lembrar que muitas empresas estão sem operar desde o início das chuvas, há 30 dias. “Muitas empresas não conseguiram trabalhar, não abriram durante todo o mês de maio. Há empresas ainda sem água, sem luz, sem nenhuma capacidade de operar, e que têm que pagar a folha salarial; que têm suas despesas mensais. Temos que construir uma alternativa para a manutenção da saúde financeira dessas empresas e, principalmente, para a manutenção dos postos de trabalho”, concluiu.
O prefeito de Muçum, Mateus Trojan, reforçou a importância do apoio federal e estadual às empresas para evitar um colapso econômico e social no estado. “Precisamos de um olhar especial para conseguir superar este novo evento climático, motivando as pessoas a permanecerem aqui. Caso contrário, infelizmente, teremos uma evasão em massa e um empobrecimento da cidade”, afirmou Trojan, destacando que o estado enfrenta a terceira grande catástrofe ambiental em menos de um ano, o que “limita a capacidade estrutural pública, empresarial e das próprias famílias de endividamento”. Segundo ele, as linhas de crédito anunciadas serão essenciais para o reerguimento e a recuperação das empresas.
Nesta segunda-feira (3), Pimenta deve inspecionar o Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, junto com técnicos do Ministério de Portos e Aeroportos e da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). O terminal, fechado desde 3 de maio devido às chuvas, ainda tem parte das suas instalações submersas.
O ministro destacou ainda que um dos temas prioritários desta semana será a ampliação emergencial do número de leitos hospitalares do Sistema Único de Saúde (SUS), dado que vários hospitais públicos estão comprometidos.
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