A Polícia Federal indiciou o ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União-MA), por suspeita de uso indevido de recursos públicos para pavimentar estradas que dão acesso a propriedades de sua família em Vitorino Freire (MA). Em nota, Juscelino Filho alegou inocência.
O ministro afirmou que o caso não tem relação com sua atuação no Ministério das Comunicações, mas sim com a indicação de emendas parlamentares quando ele era deputado federal. “Trata-se de um inquérito que devassou a minha vida e a dos meus familiares, sem encontrar nada. A investigação revira fatos antigos e que sequer são de minha responsabilidade enquanto parlamentar. No exercício do cargo de deputado federal, apenas indiquei emendas parlamentares para custear obras. A licitação, realização e fiscalização dessas obras são de responsabilidade do Poder Executivo e dos demais órgãos competentes”, disse Juscelino Filho, em nota nesta quarta-feira (12).
O caso ganhou destaque quando o ministro se reuniu com o presidente Lula em março de 2023 para prestar esclarecimentos. Mais de R$ 5 milhões foram repassados à prefeitura de Vitorino Freire, cidade onde a prefeita é Luanna Rezende, irmã de Juscelino.
Em sua defesa, Juscelino declarou que a investigação que resultou em seu indiciamento “criou uma narrativa de culpabilidade perante a opinião pública, com vazamentos seletivos, sem considerar os fatos objetivos”. Ele acrescentou: “O indiciamento é uma ação política e previsível, que parte de uma apuração que distorceu premissas, ignorou fatos e sequer ouviu a defesa sobre o escopo do inquérito”.
Juscelino também criticou o depoimento prestado, afirmando que o delegado responsável “não fez questionamentos relevantes sobre o objeto da investigação” e que o depoimento foi encerrado de forma abrupta após 15 minutos, sem espaço para esclarecimentos ou aprofundamento. “Isso suscita dúvidas sobre sua isenção, repetindo um modus operandi que já vimos na Operação Lava Jato e que causou danos irreparáveis a pessoas inocentes”, complementou Juscelino Filho.