O dólar inverteu o sinal negativo visto pela manhã e passou a operar em alta nesta quinta-feira (20), acompanhando o avanço da moeda no exterior e conforme investidores repercutiam novas falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), sobre a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC). Na véspera, o colegiado decidiu manter a Selic, taxa básica de juros, inalterada em 10,50% ao ano. A decisão do Copom já era amplamente esperada pelo mercado, tendo em vista a volta da aceleração da inflação e a disparada recente do preço do dólar. No entanto, algo que agradou investidores foi o fato de decisão pela manutenção dos juros no atual patamar ter sido unânime entre todos os dirigentes do Copom.
Às 13h38, o dólar subia 0,41%, cotado a R$ 5,4640. No dia anterior, a moeda norte-americana subiu 0,15%, cotada a R$ 5,4417. Com o resultado, acumulou altas de 1,11% na semana, 3,67% no mês, e 12,14% no ano. Já o Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira (B3), passou a oscilar entre altas e baixas. No mesmo horário, o Ibovespa tinha queda de 0,07%, aos 120.181 pontos. Na véspera, o índice fechou com alta de 0,53%, aos 120.261 pontos, acumulando alta de 0,50% na semana, queda de 1,50% no mês e recuo de 10,38% no ano.
O destaque desta quinta-feira (20) fica com a nova decisão do Copom. Após sete reduções seguidas na taxa Selic, o colegiado decidiu fazer uma pausa no ciclo de cortes na véspera. A decisão veio em linha com as atuais expectativas do mercado, mas ainda representa uma previsão maior de juros para 2024 em relação ao observado no começo do ano. Para analistas, tão importante quanto a própria decisão do colegiado foi o fato de ela ter sido unânime. Votaram para manter a Selic no atual patamar todos os diretores do Copom e o presidente do BC, Roberto Campos Neto, que tem sido alvo de críticas do presidente Lula (PT).
Mesmo com a notícia da unanimidade na votação do Copom, no entanto, novas falas de Lula nesta quinta-feira (20) voltaram a pressionar o dólar. O presidente lamentou a decisão dos diretores de manter a taxa Selic em 10,50% ao ano, afirmando que o povo brasileiro é quem mais perde com a decisão. A reação do mercado à decisão do Copom manter Selic inalterada mostra a complexidade do cenário econômico atual e a sensibilidade dos investidores às declarações de lideranças políticas e decisões econômicas.