Lula diz que vai sancionar projeto que libera cassinos e jogos de azar

Exploração dos jogos é proibida no Brasil desde 1946

Foto: Agência Brasil

Nesta sexta-feira (21), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que deve sancionar o projeto de lei que propõe a legalização de cassinos e jogos de azar, como bingo e jogo do bicho, no Brasil. Durante entrevista à Rádio Meio Norte, em Teresina, no Piauí, Lula mencionou que a aprovação no Congresso, com acordo entre os partidos políticos, é essencial para a sanção do projeto. Contudo, ele destacou que essa medida não será a solução para os problemas econômicos do país.

A proposta, aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado na última quarta-feira (19), por 14 a 12 votos, prevê a instalação de cassinos em polos turísticos e complexos de lazer. Esses locais devem incluir hotéis de alto padrão, restaurantes, bares e espaços para eventos culturais. O texto sugere a emissão de uma licença para um cassino em cada estado e no Distrito Federal, com exceções para estados como São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Amazonas e Pará, que poderiam ter mais de um cassino devido à sua população ou território.

A exploração de jogos de azar no Brasil é proibida desde 1946. Os parlamentares contrários ao projeto argumentam que a legalização pode aumentar o vício em jogos, além de criar um ambiente propício à prostituição, ao consumo de drogas e à atuação de máfias. Em contraste, os defensores do projeto apontam os benefícios econômicos, como a geração de empregos, o desenvolvimento turístico e o aumento na arrecadação de impostos.

Lula afirmou que não é favorável aos jogos de azar e que não acredita no discurso de que os cassinos resolverão os problemas do país. Ele ressaltou que sua prioridade é fazer a economia brasileira crescer através de investimentos na educação, geração de emprego e distribuição de renda. Para o presidente, o verdadeiro caminho para o desenvolvimento é fortalecer a educação e proporcionar uma vida digna para todos.

Durante a entrevista, Lula também comentou sobre a alta nos preços do arroz no país e confirmou a manutenção dos leilões para a importação de 1 milhão de toneladas do grão. A decisão foi tomada para combater o aumento dos preços ao consumidor final, que chegaram a R$ 36 por um pacote de 5 kg. Após a anulação do leilão anterior devido a irregularidades, o governo planeja um novo edital com maior transparência e segurança jurídica.

O objetivo da importação é garantir o abastecimento e estabilizar os preços do arroz no mercado interno, que tiveram uma alta média de 14% devido às inundações no Rio Grande do Sul. O estado é responsável por cerca de 70% do arroz consumido no Brasil e foi fortemente afetado em sua produção e distribuição.

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