Campanha de vacinação antirrábica é iniciada em MG

Imunização é a principal forma de prevenir a doença em cães e gatos e será realizada nos 853 municípios do estado até 30/9

Foto: Agência Minas

A campanha de vacinação antirrábica animal em Minas Gerais começou na última segunda-feira, 1º de julho, e vai até o dia 30 de julho em todo o estado. Cada município é responsável por organizar a vacinação em seus territórios e informar a população sobre os períodos e locais de vacinação.

O objetivo é imunizar 80% da população canina e felina de Minas Gerais. Para alcançar essa meta, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) enviou 3.290.700 doses da vacina para os 853 municípios. Nas próximas semanas, mais 1,2 milhão de doses serão disponibilizadas.

“A vacinação é uma medida preventiva essencial em áreas urbanas, responsável pela redução do número de casos de raiva em cães e gatos e, consequentemente, em humanos. A vacina é gratuita e muito segura”, explica Eduardo Campos Prosdocimi, subsecretário de Vigilância em Saúde da SES-MG.

Prosdocimi alerta que os tutores devem vacinar seus animais anualmente para garantir a proteção. “Esse é um cuidado fundamental com os nossos bichinhos e com a nossa saúde, pois a raiva é transmitida pela mordida e pode ser fatal tanto para os animais quanto para as pessoas”.

Minas Gerais tem mantido boas coberturas vacinais nos últimos anos. Dados da Coordenação Estadual de Vigilância em Zoonoses (CEVZ) da SES-MG mostram que, em 2022, 88% dos cães e 91% dos gatos foram vacinados. Em 2023, os índices aumentaram para 92% e 102%, respectivamente, com um total de 3.914.303 animais vacinados.

Os municípios têm autonomia para realizar a vacinação em outros períodos, desde que a ação seja planejada e comunicada com antecedência à Unidade Regional de Saúde (URS). Cada Secretaria Municipal de Saúde deve definir uma data estratégica como dia D de vacinação e realizar ações de mobilização para promover a imunização dos animais.

A SES-MG realiza reuniões anuais com as referências técnicas de zoonoses das 28 URS de Minas para traçar as diretrizes da campanha e reforçar a importância da vacina. “Nas reuniões online com os técnicos das regionais e dos municípios, principalmente os que apresentam baixas coberturas vacinais, apresentamos os resultados das campanhas anteriores, discutimos estratégias de planejamento, fazemos cálculos de estimativa populacional, esclarecemos tópicos sobre a doença, treinamos os vacinadores e definimos propostas de educação em saúde, mobilização e divulgação”, detalha Prosdocimi.

A raiva é uma zoonose infecciosa e grave que pode ser transmitida dos animais ao homem e vice-versa. Causada por um vírus, a doença afeta o sistema nervoso central e tem alta letalidade. A transmissão ocorre por mordidas, arranhões e lambidas de animais doentes. Cães, gatos e morcegos são as principais fontes de infecção em ambientes urbanos.

De acordo com a CEVZ, de janeiro a abril deste ano, não foram notificados casos de raiva em cães, gatos ou humanos no estado. Em 2022, foram registrados dois casos de raiva (um em cachorro e outro em gato). Em 2023, não houve casos notificados em cães ou gatos. Entre os humanos, foram registrados quatro casos em Bertópolis em 2022 e um caso em Mantena em 2023, todos com evolução a óbito.

A raiva faz parte da Lista Nacional de Notificação Compulsória, e a comunicação da doença deve ser imediata. A notificação pode ser feita por cidadãos, profissionais de saúde, serviços públicos e privados de saúde, instituições educacionais, unidades laboratoriais e de pesquisa, ou por estabelecimentos relacionados ao manejo de animais.

Os principais sintomas da raiva em cães e gatos são mudança de comportamento, salivação excessiva, dificuldade para engolir, alterações nos hábitos alimentares e paralisia. “Se os tutores observarem qualquer um desses sintomas, devem considerar a suspeita de raiva. Se possível, o animal deve ser mantido em observação por até 10 dias em um local seguro, sem acesso à rua, com comida e água disponíveis. É importante entrar em contato com o serviço de zoonoses do município para notificar o caso”, orienta Prosdocimi.

Em caso de acidente ou agressão por animal desconhecido ou suspeito de raiva, é essencial limpar o ferimento com água corrente e sabão ou detergente para diminuir o risco de infecção e procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS) o mais rápido possível.

Prevenção e Cuidados

  • Vacinação: A vacinação é a forma mais segura de prevenir a raiva. Os animais de estimação devem ser vacinados durante as campanhas anuais.
  • Contato com Animais Desconhecidos: Evite contatos desnecessários com animais desconhecidos, especialmente quando estão se alimentando, com crias ou dormindo.
  • Cuidado com Morcegos e Animais Silvestres: Morcegos e animais silvestres também podem transmitir o vírus da raiva para humanos.
  • Sintomas de Raiva em Animais: Se o animal apresentar sintomas compatíveis com a raiva e não houver possibilidade de observação em local seguro, a eutanásia deve ser realizada por um profissional habilitado.
  • Profilaxia Pré-exposição: Indicada apenas para pessoas com risco de exposição permanente, como veterinários e profissionais de laboratórios.
  • Profilaxia Antirrábica Humana: Disponível em todas as URS e municípios, indicada conforme a avaliação do profissional de saúde responsável pelo atendimento.
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