Jogo desenvolvido pela UFU para tratamento de Parkinson será levado para Cuba, Espanha e França

Projeto desenvolvido pela UFU ganha apoio de pesquisadores estrangeiros e será testado em Cuba, Espanha e França

Dispositivo detecta movimentos da mão para, dentro do jogo, coletar pólen, construir favos e defender a colmeia. (Imagem: Reprodução)

Entre os dias 15 e 19 de julho, o Núcleo de Inovação e Avaliação Tecnológica em Saúde da Universidade Federal de Uberlândia (Niats/UFU) recebeu uma equipe internacional de professores que colaboram no projeto RehaBEElitation. Este jogo 3D inovador combina uma narrativa centrada em abelhas com movimentos fisioterapêuticos para o tratamento de pacientes com a doença de Parkinson. O jogo será implementado em Cuba, Espanha e França.

Desenvolvido inicialmente no Programa de Pós-Graduação em Engenharia Biomédica da UFU (PPGEB/UFU), o RehaBEElitation conta com a parceria da Université de Lorraine, na França, onde o professor Yann Morèrem acompanha o projeto desde seu início. “O jogo está funcionando muito bem. Testamos com diferentes pessoas e os resultados têm sido positivos, tanto nas publicações quanto no feedback dos pacientes com Parkinson”, afirmou Morèrem.

O professor Eduardo Rocon, da Universidad Politécnica de Madrid, Espanha, é responsável pela análise dos dados obtidos através do jogo. Rocon destaca que a colaboração com o coordenador do Niats, que começou em 2005, é crucial para a interpretação dos dados sobre tremor em pacientes com Parkinson. “Na Espanha, desenvolvi sistemas para monitorar o tremor e agora estou processando os dados gerados pelo jogo para quantificar esse tremor”, detalhou Rocon.

O professor Alberto Lopez, da Universidad de Oriente, em Cuba, recentemente se juntou ao projeto e está focado na avaliação dos sinais de eletromiografia para monitorar a reabilitação dos pacientes. “Meu papel é avaliar o processo de reabilitação com base nos parâmetros estabelecidos pelos sinais eletromiográficos”, explicou Lopez.

O coordenador do Niats, professor Adriano Andrade, ressaltou o desafio multifacetado de desenvolver um jogo que envolve diversas disciplinas, como desenho, modelagem, psicologia e ciências da computação. “O jogo integra conhecimento técnico e clínico acumulado ao longo do tempo”, disse Andrade.

A próxima etapa do projeto será a aplicação do RehaBEElitation no Hospital Clínico Cirúrgico em Santiago de Cuba, onde serão realizados testes com pacientes e equipamentos médicos desenvolvidos. “É a primeira vez que vamos testar a tecnologia em Cuba e avaliar sua aplicação prática”, afirmou Lopez.

O projeto conta com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), do Programa Institucional de Internacionalização da UFU (PrInt), da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e do Comitê Francês de Avaliação da Cooperação Universitária com o Brasil (Cofecub).

A doença de Parkinson, uma condição neurológica degenerativa que afeta cerca de 200 mil pessoas no Brasil, é caracterizada por tremores, rigidez muscular e lentidão de movimentos. O RehaBEElitation visa proporcionar uma alternativa de tratamento através de um jogo em 3D onde os pacientes controlam uma abelha para realizar tarefas que imitam movimentos fisioterapêuticos, como abertura e fechamento das mãos e movimentação dos braços.

Em 2023, o RehaBEElitation foi premiado no “Challenge Handicap & Technologie” em Metz, França, e recebeu o Prêmio SBEB-Boston Scientific de Inovação em Engenharia Biomédica. O projeto continua a se expandir com a adição de módulos para avaliação dos membros inferiores e novas aplicações em reabilitação.

Informações: Comunica UFU

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