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Juros do cartão de crédito rotativo sobem para 429,5% ao ano em junho

O comportamento dos juros bancários médios ocorre em um cenário de variações na taxa Selic

Matheus Carvalho
Imagem: Ilustração / EBC

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A taxa média de juros do cartão de crédito rotativo para famílias aumentou 7,1 pontos percentuais, passando de 422,4% ao ano em maio para 429,5% ao ano em junho de 2024, segundo as Estatísticas Monetárias e de Crédito divulgadas pelo Banco Central nesta sexta-feira (26). Embora tenha ocorrido um aumento mensal, a taxa caiu 6,3 pontos percentuais em 12 meses.

O crédito rotativo, que dura 30 dias, é usado quando o consumidor paga menos que o valor integral da fatura do cartão, contraindo um empréstimo e pagando juros sobre o valor não quitado. Mesmo com a entrada em vigor, em janeiro deste ano, de uma lei que limita os juros do rotativo a 100% do valor da dívida, a medida não afetou as taxas pactuadas anteriormente e só se aplica a novos financiamentos.

Após 30 dias, as instituições financeiras parcelam a dívida do cartão. Os juros do cartão de crédito parcelado caíram 5,4 pontos percentuais no mês e 15,6 pontos percentuais em 12 meses, ficando em 180,5% ao ano.

Outras modalidades de crédito

O crédito livre às famílias apresentou queda de 6 pontos percentuais nas operações de crédito pessoal não consignado, chegando a 87,8% ao ano, enquanto o cheque especial subiu 3,1 pontos percentuais, atingindo 135% ao ano. A taxa média de juros no crédito com recursos livres às pessoas físicas ficou em 51,7% ao ano, um recuo de 0,7 ponto percentual no mês e de 7,4 pontos percentuais em 12 meses.

Para empresas, a taxa média alcançou 20,9% ao ano, um aumento mensal de 0,3 ponto percentual e uma queda de 1,9 ponto percentual em 12 meses. O desempenho foi influenciado por aumentos nas taxas de cheque especial (14,1 pontos percentuais), capital de giro com prazo superior a 365 dias (1,7 ponto percentual) e cartão de crédito parcelado (13,2 pontos percentuais). Em contrapartida, houve queda de 18,6 pontos percentuais no cartão de crédito rotativo e de 0,6 ponto percentual no desconto de duplicatas e recebíveis.

Taxas médias gerais

A taxa média de juros do crédito com recursos livres, considerando pessoas físicas e jurídicas, foi de 39,6% ao ano em junho, com um decréscimo de 0,3 ponto percentual no mês e de 4,6 pontos percentuais em 12 meses.

No crédito direcionado, cuja taxa é definida pelo governo e se destina a setores específicos, a taxa média para pessoas físicas foi de 10,1% ao ano em junho, um aumento de 0,2 ponto percentual no mês e uma queda de 1,6 ponto percentual em 12 meses. Para empresas, a taxa subiu 0,6 ponto percentual no mês e 0,5 ponto percentual em 12 meses, chegando a 12,4% ao ano. No total, a taxa média do crédito direcionado ficou em 10,6% ao ano, um acréscimo de 0,2 ponto percentual no mês e uma queda de 1,1 ponto percentual em 12 meses.

Selic e comportamento dos juros

A taxa média de juros das concessões de crédito, considerando todos os segmentos, caiu para 27,86% ao ano em junho, uma redução de 0,42 ponto percentual no mês e de 3,8 pontos percentuais em 12 meses. Em maio de 2023, os juros atingiram o pico de 32,2% ao ano.

O comportamento dos juros bancários médios ocorre em um cenário de variações na taxa Selic. O Copom interrompeu recentemente a sequência de cortes na Selic, mantendo-a em 10,5% ao ano devido à alta do dólar e aumento das incertezas econômicas. Desde agosto de 2023, o BC havia cortado a Selic sete vezes consecutivas após um ciclo de 12 altas entre março de 2021 e agosto de 2022.

Volume de operações de crédito

Em junho, o volume das operações de crédito do Sistema Financeiro Nacional (SFN) foi de R$ 585,9 bilhões, um aumento de 2,4% no mês e de 9,3% em 12 meses. O estoque de todos os empréstimos concedidos pelos bancos chegou a R$ 6,018 trilhões, um crescimento de 1,2% em relação a maio e de 9,9% em 12 meses. O crédito ampliado ao setor não financeiro alcançou R$ 17,410 trilhões, uma alta de 2,2% no mês e de 13,6% em 12 meses, impulsionado pelo aumento de 5% nos empréstimos externos, 1,7% em títulos públicos de dívida e 1,1% nos empréstimos do SFN.

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